quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A luta só pode ser jurídica


A luta só pode ser jurídica

Marcos Bayer

Diante da avalanche de denúncias de atos de corrupção e uso abusivo das prerrogativas legais para benefícios próprios e de pessoas próximas na relação de parentesco, tanto no executivo como no legislativo, nas três esferas de poder, resta ao judiciário o encaminhamento da solução política esperada.

Dirão alguns: Solução política? Sim, ela terá que vir pela via judiciária. E como este poder só fala quando provocado, caberá ao Ministério Público dar o próximo passo para promover a subida de mais um degrau na evolução política da sociedade brasileira. Não há outra hipótese no nosso caso.

Aquelas pequenas placas nos jardins do Central Park ou do Hyde Park, em Nova York ou Londres, alertando para não pisar na grama, cuja pena será pecuniária, estão lá e são respeitadas pela sanção aplicada imediatamente.

Souberam construir, nos dois lados do Atlântico, estes anglo-saxões, sociedades forjadas na educação e na penalização.

Diferente daqui, abaixo da linha do Equador, onde a aplicação da lei alcança muitos e não toca em poucos. Na canção de Chico Buarque, inspirada num poema de um dos artistas holandeses que aportaram no Recife, na primeira metade do século XVII, sob o comando de Maurício de Nassau, ao verificar a desordem e a corrupção na colônia, disse: Não existe pecado do lado de baixo do Equador...

Não havia pecado, porque não havia sanção. O limitador da conduta social, qualquer um deles, seja religioso, ético, moral ou legal tem esta função primária: Dizer o que não pode e recomendar o que pode, por extensão.

O fato é que na atual fase de acomodação da sociedade brasileira, depois da inclusão ao processo econômico de uns 35 milhões de cidadãos, há necessidade inadiável de consolidação da ordem jurídica, sua aplicabilidade e celeridade.

Até um leigo percebe que na estrutura atual, o único ator que pode desempenhar e pedir a aplicação da lei é o promotor. Não só porque assim dispõe a Constituição Federal e outras leis derivadas dela, mas porque e principalmente, criou-se um vazio político de tal magnitude que até os mais novos perderam interesse pela suprema atividade humana. As razões são muitas, mas, fundamentalmente, a corrupção sem a respectiva punição. Portanto, trabalho é o que não falta ao Ministério Público.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

terça-feira, 27 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

After the chock


And he wanted to know and understand everything...
Then, it would be easier to survive...
It seemed to him...

Paris...


Tears in heaven


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

sábado, 17 de setembro de 2011

Flying Collors by Calder



Em movimento

Marcos Bayer

O sangue não para de correr, condição essencial à vida. O cérebro não para de pensar ocupando-se de todas as possibilidades que consegue alcançar. O vento descansa e volta, fazendo sobre a lâmina d’água rugas e desenhos caleidoscópicos. As asas batem em diferentes velocidades para que o pássaro manifeste sua intenção. O coração pulsa, acelera e retorna conforme o medo, a tensão ou a alegria. A música surge dos acordes dos instrumentos, a voz ecoa das cordas vocais. A tela, magnífica janela de PC, mostra toda a criação catalogada. É o acervo da Humanidade à sua disposição.

Tudo em movimento enquanto houver vida, depois dela também.

Os artistas, sempre mentes privilegiadas, buscaram a reprodução do que significava a vida, o Homem e o que é perceptível na Natureza. Da Pietá de Michelangelo, em que um corpo vivo segura outro morto até as esculturas monumentais de Oscar Niemeyer, expostas em grande escala, em várias cidades do mundo. A Catedral e o Congresso Nacional em Brasília, o Museu de Arte Contemporânea em Niterói ou a Universidade de Constantine na Argélia. Sempre um traço em movimento que o concreto armado congelou.

A entropia do Universo é movimento constante e infinito. Não há hipótese de imobilidade entre nós. Nada está parado. A própria temperatura do ambiente determina a expansão ou contração molecular da matéria.

Assim, não há possibilidade de vida sem que haja ação. A genialidade de Alexander Calder, e suas esculturas móbiles, é que ele inspirou o supremo movimento na arte: Voar.


Algeciras entre dos aguas


Paco de Lucia


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de Setembro...


War Games

Marcos Bayer

Todos os jornais e televisões do mundo estão noticiando, hoje, aspectos do ataque às duas torres gêmeas, World Trade Center, em Nova York, em 11 de Setembro de 2001.

E as manifestações normalmente são de solidariedade ao povo e ao governo norte-americano.

No outro lado, a execração de Osama Bin Laden, um saudita que já havia sido aliado do exército americano no combate aos russos dentro do território afegão.

O comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor, na edição conhecida por JG, a última do dia, diz que Bin Laden conseguiu, em 10 anos, seu objetivo: Arruinar a América. Explica que em razão do pânico instalado foi forçada a construção de um sistema de defesa interna e externa, milionário, provocador de déficits públicos cujos resultados vimos recentemente. Uma dívida interna de R$ 16 trilhões equivalente ao seu PIB.

Mas, vamos deixar os números de lado e lembrar outros acontecimentos.

A invasão do Iraque governado pelo Saddam Hussein, em Março de 2003, sob a justificativa anunciada por George Bush de que era necessário encontrar as tais armas iraquianas de destruição em massa resultou em que? Mais de 100 mil civis mortos.

As duas bombas atômicas, em Agosto de 1945, lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, mataram quantos? Estimativas giram em torno de 200 mil pessoas.

Havia necessidade de explodir duas bombas lá no distante Japão? Ele já não estava praticamente rendido? Se fosse necessário dar uma demonstração de força apresentando um novo artefato de guerra, a explosão nuclear, por que não em solo europeu? Somente porque Hitler já estava morto em Maio de 1945?

Eles sabiam quais seriam as consequências após a explosão? Quais as contaminações derivadas?

E os atos de Ariel Sharon, entre 2001 e 2006, contra a Palestina? E o muro de 760 km que construíram para definir as terras que dizem ser suas?

Todos comemoraram a queda do Muro de Berlim, em 1989, promovendo a integração entre os povos europeus, o fim das economias centralizadas e a liberdade de expressão.

O que diz a mídia sobre o Muro de Israel?

O que aconteceu em 11 de Setembro de 2001 foi apenas mais um acerto de contas.

O que não sabíamos é que ali começaria o fim da hegemonia norte americana e uma nova ordem na segurança mundial.

O que o professor Zygmunt Bauman observa como uma troca da liberdade individual por segurança coletiva, pelo menos nos EEUU e na Europa.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011