sábado, 31 de agosto de 2013

A guerra no Brasil


A guerra no Brasil
Marcos Bayer

O plenário da Câmara dos Deputados criou, pelo voto secreto, um monstro político. Garantiu ao réu condenado pelo Supremo Tribunal Federal a continuidade do mandato parlamentar. Embora preso, incomunicável, sem direito a voto, sem as prerrogativas políticas, sem o salário e as vantagens do cargo, já substituído pelo suplente, o senhor Natan Donadon é um deputado federal que atua atrás das grades.
A classe política estabelece, mais uma vez, o confronto com a população. De forma clara e nítida.
As manifestações nas ruas em Junho passado, se voltarem, trarão novos ingredientes ao protesto coletivo.
É uma pena que a população não saiba compreender o Estado no Brasil. Entender que ele é divido em três poderes e que os três negociam entre si. Vantagens que alcançam o Tribunal de Contas da União e seus braços estaduais.
Uma parte da imprensa nacional e estadual como também dos Ministérios Públicos Federal e Estadual fazem o contra ponto. Só aí existe apoio ao cidadão.
Nas estruturas de poder que compõem o Estado, negócios no melhor sentido financeiro, são estruturados permanentemente e contemplam os dois lados. Os que estão dentro e os que atuam por fora. O Brasil é uma máquina de corrupção.
As formas de corrupção vão desde a venda das águas potáveis até as licitações de pontes não dobráveis. Da utilização do carro oficial para levar a esposa ao cabeleireiro até os aviões da FAB para transportar ministras desocupadas, parlamentares e outros credenciados.

A Constituição Federal, diz: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes...
Ela, em contradição explícita, admite o foro privilegiado para os membros qualificados dos três poderes. Como pode haver foro privilegiado se todos são iguais perante a lei?

Outra questão que não querem enxergar é a diferença salarial entre os que servem ao Estado. Aqui um servente pode ganhar 40 vezes menos que um ministro, ou menos...
Na Europa, onde o Estado foi concebido em 1789, em alguns países, a diferença entre o salário máximo e o mínimo não passa de 10 vezes.
Ora, esta diferença confere uma igualdade moral entre os servidores do Estado. Aqui não. Aqui o ministro chega de carro oficial, com telefone celular livre, mais o motorista e vaga assegurada. Terno bem cortado, gravata colorida e um certo saber estampado nos gestos... Ao servente cabe apenas dizer: Bom dia doutor. A humilhação começa ali...
A reforma necessária no Brasil é a da República Federativa. Precisamos ensinar aos seus membros que República é coisa pública. E trabalhar nela é servir ao povo.
Quem quiser ganhar dinheiro deve tentar a iniciativa privada. Há boas oportunidades.





segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Uma Roma planetária




Uma Roma planetária
Marcos Bayer

Dois mil e quinhentos anos, pelo menos, e ela está lá. Centro do mundo num momento, berço do Senado, do Direito e de outros monumentos. Os cristãos inauguram um movimento, cuja pedra Mater, a Igreja, põe em funcionamento símbolos/entidades e define, politicamente, teorias e regras para seus seguidores.
Uma Roma politeísta forjada sobre várias civilizações também politeístas, inundadas de espíritos, de Fobus a Junos, é surpreendida por uma nova voz que diz: Um Pai Criador, um Filho Sofredor e um Espírito Santo, formando a Santíssima Trindade. Um único espírito. A Santa Igreja estabelece o Criador sobre o qual pouco se sabe – a origem do Universo – estabelece um Sofredor Homem nosso semelhante, como exemplo de resistência e resignação, e um único Espírito, o Santo. Todos os outros foram capturados neste.
Gladiadores de tórax musculosos são substituídos pelos atletas de academias multifuncionais, silicone moldando corpos, botox aumentando formas faciais. É a ciência, a tecnologia, é a busca da perfeição divina pela raça humana, “uma semana do trabalho de Deus” como cantou Gilberto Gil.
A Igreja e seus Concílios definem, periodicamente, rumos e estratégias políticas.
Só homens serão admitidos no clero. Haverá celibato. Assim fica resolvido o problema da procriação e da sucessão patrimonial. Mas, em razão disto, a homoafetividade se alastra. Cria embaraços globais. O Papa Francisco, elegante e carismático, diz que não é ele quem deve julgar tal comportamento. Nas entrelinhas, a Igreja aceitará mais este conflito cultural do comportamento humano.
Por acaso, a Rede Globo, uma das maiores emissoras de televisão neste pequeno mundo, expõe e aceita os dramas do personagem Félix, membro da classe alta brasileira.
Guerras Púnicas, conquistas em quase todo território europeu. Britania, Ibéria e Egito. A Pax Romana.
A Primeira e a Segunda Guerra Mundiais. Nagasaki e Hiroshima. Afeganistão e Iraque. A Pax Americana.
Bigas e cavalos potentes para tanques e aviões surpreendentes.
Do latim para o inglês.
Animula vagula blandula de Adriano (pequena alma terna flutuante).
Stairway to heaven do Led Zeppelin – Oh, it makes me wonder.
Oh, it makes me wonder…



http://youtu.be/JK_DOJa99oo




domingo, 4 de agosto de 2013