domingo, 18 de dezembro de 2016

Então, devolve!




Então, devolve!

Olívio, o macaco que pensa.

Jornal, com edição de final de semana, circula num diário catarinense, cuja manchete lê-se, o seguinte: STJ AVALIA PEDIDO DA PGR PARA INVESTIGAR GOVERNADOR DO ESTADO. ,
Curioso como todo símio, fiz duas perguntas imediatas: (1) Qual governador? E (2) Qual Estado?
Então, lendo a matéria soube que o assunto dizia respeito aos catarinenses.
Nela, Raimundo Colombo, cujo apelido neste contexto é “ovo”, poderá ser investigado por suposta ligação com aspectos da Operação Lava Jato, pois numa certa planilha da ODEBRECHT INFRAESTRUTURA, estaria seu nome como suposto destinatário da quantia de R$ 4,8 milhões, divididos em três repasses.
Ainda na matéria, surge o nome de um agente público, contratado pela Casa Civil, em fevereiro deste ano, para cargo comissionado, com salário de R$ 10.242,00. Trata-se, informa o diário, do advogado eleitoral do PSD, nas eleições de 2012 e 2014, André Agostini Moreno.
Relata também, a mesma matéria, que o advogado foi conduzido coercitivamente à Polícia Federal, em 22 de março passado, para prestar esclarecimentos sobre eventual propina recebida em hotel, na cidade de São Paulo, onde estava hospedado o profissional do Direito, em outubro de 2014, no valor de R$ 1 milhão de reais.
O advogado do advogado sob investigação, nega recebimento de qualquer dinheiro da ODEBRECHT.
Toda esta maratona político-jurídico-policial faz parte da 26ª fase da Operação Lava Jato, denominada OPERAÇÃO XEPA.
Raimundo Colombo, diz na matéria, que não houve obra nenhuma da ODEBRECHT em Santa Catarina desde que assumiu o governo, em 2011 e nem contrato com a empresa.
Declara estranhar o fato da suposta propina e afirma: “Se não há relação nenhuma, é estranho”.
Sobre a suposta venda da CASAN para a ODEBRECHT AMBIENTAL, afirma o governador que sequer vendeu uma ação da companhia.
E, por último, coloca-se à disposição das autoridades para elucidar os fatos.
O agente público, André Agostini Moreno, advogado eleitoral do PSD, continua no cargo, recebendo o salário, até que se conclua a investigação.
Ora, como símio, e pouco chegado ao mundo jurídico dos humanos, eu me pergunto duplamente:
Se não houve obra, por que não devolver a propina?
Não seria uma apropriação indevida permanecer com ela?
Caso ela exista...










sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Detalhes do novo Brasil





 Detalhes do novo Brasil
Marcos Bayer

O Brasil vive a fase mais interessante do seu amadurecimento político pós 64. Depois dos atentados contra as liberdades e as garantias individuais, depois da reorganização da vida partidária que acabou em mais de trinta partidos, em grande parte, criados para exercerem a função de marionetes bem pagas com dinheiro público e sustentar meia dúzia de dirigentes safados, depois da chegada do Gabeira, do irmão do Henfil, do Brizola, do Arraes, depois da amizade de Glauber Rocha com Ernesto Geisel, depois da admiração de Golbery do Couto e Silva por gente da esquerda inteligente, depois do Pasquim, depois do Ivan Lessa, depois do Jornal do Brasil com a Coluna do Castelo e da Coluna do Zózimo, depois da Rádio Mundial e do Big Boy, depois da Tropicália, do Plínio Marcos e sua Navalha na Carne, depois de José Celso Martinez e seu TEATRO OFICINA, depois do Milton Nascimento e dos TAMBORES DE MINAS, depois do Chico Buarque e depois do Cazuza, nosso último iluminado, surge agora um jovem juiz que botou o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal para trabalharem.
Sergio Moro, no primeiro dia de Dezembro de 2016, em sessão de debates sobre legislação que trata de abuso de autoridade, no plenário do Senado Federal, deu um show de humildade, inteligência e perspicácia ao sugerir um pequeno adendo ao projeto de lei, na interpretação que um juízo pode ter em relação ao outro. Com esta simples salvaguarda, se adotada pelos senadores, ele satisfaz a classe da qual faz parte, todos os operadores do Direito, e fulmina o golpe pretendido por Renan Calheiros e mais quatorze membros da Casa.
Enquanto o senador cara pintada Lindbergh Farias, falava ofegantemente da tribuna, argumentando sobre as arbitrariedades da condução coercitiva de Lula ao aeroporto de Congonhas em São Paulo, achando que sua verborragia desestabilizaria a placidez do jovem Juiz, qual não foi minha surpresa ao ver Sergio Moro responder às provocações do orador dando-lhe as costas.
Lasier Martins, advogado jornalista, senador brizolista do PDT gaúcho e autêntico foi monumental quando, dirigindo-se ao ministro Gilmar Mendes perguntou-lhe por que os juízes do STF não julgam com a mesma celeridade do juiz federal de primeiro grau do Paraná, o Dr. Sergio Moro.
Ao final do dia, outras duas notícias: Emilio Odebrecht resolveu assinar a deleção premiada e o presidente do Senado da República, Renan Calheiros, foi colocado na condição de réu, por desvio de dinheiro público, pelo Supremo Tribunal Federal, por oito votos contra três. Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, o inocentaram! Tem ainda mais alguns processos em tramitação na Suprema Corte.
Finalmente começa a nascer um novo Brasil.


domingo, 20 de novembro de 2016

Mc Donald's














Mc Donald’s

Marcos Bayer

Os Estados Unidos da América, numa visão atual, podem ser vistos sob três óticas.
Donald Duck, obra prima de Walt Disney! Donald Trump, fruto da democracia mais representativa do mundo moderno e Mc Donald’s, a representação fast food da gastronomia yankee.
Dito isto, gostaria de comparar as bobagens que parte da imprensa mundial tem difundido sobre o novo presidente dos Estados Unidos, com as festas temáticas das senhoras de meia idade desocupadas. Porque as ocupadas não perdem tempo com festas temáticas!
As festas temáticas, escrevo pela terceira vez, são festas muito fantasiosas, por obviedade. Assim como algumas das opiniões de parte da mídia nacional.
Donald Trump, como nenhum outro presidente, explodirá o mundo apertando o botão vermelho da mala atômica. Antes de apertar o famoso botão, a decisão sobre ele, é triada por mais de 50 comandantes militares de primeiro escalão, além de forças econômicas poderosíssimas. Porque não se deixaria ao sabor de um só homem, ainda que presidente dos EEUU, esta crucial decisão. Afinal, ele poderia acordar de mau humor, tomar um porre de Jack Daniels do Tennessee, sofrer uma traição amorosa ou, por ato estabanado, apertar o botão fatal.
Outra das fantasias ditas é na questão dos imigrantes. Ele falou na campanha o que o povo eleitor branco e desempregado queria escutar. Ele não expulsará árabes e ou mulçumanos, tampouco mexicanos ou latinos e negros africanos. Ele expulsará tão somente criminosos fichados, ilegais desnecessários e eventuais ameaças humanas. Nada mais, pois como empresário ele sabe que força de trabalho mais barata ajuda no crescimento do PIB.
Ele, Trump, com todo apoio do capitalismo puro imporá necessárias barreiras alfandegárias às vassouras chinesas de U$ 1,99 dólares. Como aos inúmeros produtos Made in China. Se assim não proceder, em uma dezena de anos, a China destruirá o que resta da produção em solo americano e acabará com os empregos dos que ainda trabalham no sistema produtivo deles. Para exemplificar vejam o que aconteceu com a Walmart e seus empregados.

Finalmente, festas temáticas de senhoras de meia idade desocupadas e opiniões inconsistentes de parte da imprensa mundial, só são úteis nos sábados vespertinos do outono no Hemisfério Norte.

domingo, 25 de setembro de 2016

O GOLPE DOS MESTRES



O GOLPE DOS MESTRES

Marcos Bayer


Tem golpe de sorte, golpe de ar, golpe de vista, golpe do baú, golpe de estado, golpe de morte e golpe de mestre, entre outros tantos golpes!
O que é um golpe? O meu dicionário instalado no lap-top, define:
1. Ferimento ou pancada com instrumento cortante ou contundente. 2. Corte incisão. 3. Desgraça, infortúnio. 4. Ímpeto, chofre. 5. Esperteza. 6. Gír. Manobra traiçoeira.
Golbery do Couto e Silva, o gênio militar da estratégia do General Ernesto Geisel, em seu livro: GEOPOLÍTICA DO BRASIL escreveu, logo na introdução, que era preciso prestar muita atenção naquele novo líder sindical do ABC paulista, pois no futuro ele poderia ser fundamental aos interesses do regime militar. Na sua tese dos movimentos de sístole e diástole da política, como nas contrações do coração, escrevia ele, a extrema esquerda está mais próxima da extrema direita do que se possa imaginar. Tal qual na ferradura do cavalo, as pontas estão mais próximas de si, do que do centro. Era um livro recomendado aos estudantes de Direito da UFSC, na década de 1970.
De um lado a ARENA e do outro o MDB. No corpo deste último, viviam vários outros corpos menores, entre eles, os comunistas, os socialistas, os trabalhistas e os liberais.
Com o passar do tempo, o MDB engordava o corpo, mas emagrecia na alma.
Jaison Barreto, nosso mais eloquente senador foi a melhor prova disto no colégio eleitoral que elegeu Tancredo Neves.
Finalmente, o PMDB esvaziou sua essência e manteve suas impurezas.
Até mesmo José Sarney, imortal do Maranhão, foi para o PMDB. E foi beijado na face pela Ideli, a professora que se fez senadora por Santa Catarina e liderou o governo do PT no Senado Federal. Hoje, articula o anti golpe em Washington D.C.
O PT perdeu três eleições presidenciais (1989, 1994, 1998) e finalmente venceu em 2002, elegendo Lula Paz e Amor, com o apoio do PMDB.
José Dirceu e Duda Mendonça foram fundamentais naquela vitória.
Então, sócios do poder, PT e PMDB, fizeram as bodas de sangue.
Aqui em Santa Catarina, Lula foi aliado de Luiz Henrique da Silveira (2002) e também de Amin Helou (2006).
Hábil negociador de salários e outras questões sindicais, Lula tem a paciência de vencer pelo cansaço. Fez isto durante toda sua vida em São Paulo, no ABC.
Seu primeiro diploma, disse ele, foi o de Presidente da República Federativa do Brasil.
Poderia ter entrado para a História como um bravo nordestino que venceu a fome e a seca para chegar ao Palácio do Planalto.
Quando deputado federal disse que no Congresso Nacional havia 300 picaretas! Errou por um?
Além dos dois mandatos presidenciais e em razão da desgraça política que se abateu sobre seu melhor pensador e estrategista Zé Dirceu, teve que inventar uma candidatura à sua sucessão: a brava senhora Dilma, ex-combatente do regime militar, presa e torturada, militante do PDT de Leonel Brizola, secretária do governador Alceu Collares do RS e ministra de Lula. Com cabelos fartos e cacheados, uma espécie de beleza de Susan Sarandon dos trópicos, foi aconselhada a uma total repaginação. Fez-se outra mulher. Menos feminina, contudo!
Não se pode considerá-la brilhante, mas também não se pode admitir que enquanto o PT e seus sócios minoritários PMDB e PP, faziam a “festa” na Petrobrás, ela de nada soubesse.
Sérgio Moro dirá...
Quando soubermos quem são os verdadeiros proprietários e sócios do novo porto de Cuba que absorverá carga frigorificada em containers (reefers) que saem dos portos de Itajaí, São Francisco do Sul e Santos, rumando para Porto Príncipe no Haiti e que será desviada para a Ilha de Fidel Castro e de lá redirecionada para os quatro cantos do mundo, compreenderemos porque a delação premiada de Marcelo Odebrecht está ainda “tramitando” nos canais da Justiça.
Cid Carvalho, águia política do velho MDB, sete vezes eleito deputado federal pelo Maranhão, dizia: A política não tolera amadores, apenas profissionais!
O PT se meteu com profissionais! Desde Eduardo Cunha até Michel Temer.
E Cid Carvalho completava, sempre ensinando: O importante não é saber o que fazer... Mas, aquilo que seus adversários farão!








                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

BRASIL, nosso país!





Brasil, nosso país...!
Marcos Bayer

Manchetes dos jornais de todo o mundo reconhecem nossa festa de abertura como a mais alegre e criativa de todos os tempos. Arrepiados de risos e choros, assistimos aos nossos talentos de todos os naipes. Um discurso político-poético-musical que só a inteligência e a multicor da pele do brasileiro Tom Jobim pode cantar para a Garota de Ipanema que não é mais da zona sul, mas do Brasil do sul como diz a Tharcilla quando descreve a Gisele...
Fogos, forças, fatos e fotos em revista mundial pela bárbara bela tela de TV nas palavras de Gil, irmão baiano do Caetano! Anita ou não?
“Vivo sonhando, sonhando, mil horas sem fim...” cantou o poeta que me remete ao Brasil dos meus sonhos, dos nossos sonhos e revelado-manchado pela canalha que nos governa, em todos os níveis, salvo raras exceções, des-Moro-nando, escreve o Cacau, pelas mãos de um Juiz que trabalha silente numa salinha de Curitiba.
Cores, dores, flores, senhoras e senhores deste Brasil que construiremos com Chico, numa eterna construção.
A bossa que é nova é nossa no plano da música internacional.
Pelé, Ester, Hortência, Guga e Vanderlei Cordeiro de Lima e um Menino do Rio acendem a Pira Olímpica tanto no Maracanã como a dos pedintes e chacinados da Candelária...
Brasil dos contrastes, dos morros e das praias dos pobres e dos ricos, tão separados e próximos, nas horas do Carnaval em desfile que mostrou várias de suas escolas de samba no Rio do Fio Maravilha, cantado pelo Jorge Ben Jor dos nossos tempos de Flamengo e de uma nêga chamada Teresa, meu velho Cacau do querido amigo Afonsinho do teu eterno Botafogo que já reinou no futebol com o furacão Jairzinho da Copa de Futebol.
Aguerridas e feridas mulheres de fibra que pulam e saltam ou nadam e jogam e dançam no palco do esporte mundial.
Da Grécia eterna bailam quando acendem o fogo perene da alma nacional...
Mooooroo... Mooorooo... Mooorooo... Mengoo... Mengoo... Mengoo!




segunda-feira, 20 de junho de 2016

Coisa de louco...



Coisa de louco...

Marcos Bayer

Imaginem uma corrida de fundo. Uma maratona épica de 42 km. Três corredores. Dois deles descalçados. O último, de toga, com tênis Nike a prova de solos precários. Na pista, vidros esfarelados!
É óbvio que os dois corredores descalçados chegarão ao final da prova com os pés ensanguentados. Já o atleta calçado, terá algum inchaço e calos.
Assim é o sistema judicial no Brasil. Advogados e promotores têm prazos. Correm em solo difícil. Advogados, compulsoriamente, sacrificam suas vidas, de suas famílias e são induzidos a vários processos para poderem bancar o orçamento doméstico.
O promotor, nem tanto, pois tem salário fixo e vantajoso.
Já o Juiz, este trabalha sem prazos. Julga quando quer!
Neste sistema desigual por concepção, o advogado leva ferro, o promotor dá ferro e o Juiz?
Só louco para ser advogado no Brasil. É um jogo de três, onde um obedece aos ditames de Kronos!
O segundo, o promotor, fica na linha intermediária do gramado.
E o juiz, obedece aos desejos de Kairós!
Sérgio Moro é um exemplo para a Justiça brasileira. Trabalha com prazos que ele mesmo estabeleceu. Não posterga, adianta!
Deveria ser ministro do STF – Supremo Tribunal Federal.
Moro colocou o Brasil nas manchetes mundiais. Colocou o Congresso Nacional inteiro para trabalhar. De segunda-feira à domingo. Nunca se viu tanta correria nas duas Augustas Casas.
Colocou o Executivo em saia justa. Muita gente na fila das explicações.
E ao Judiciário, sutilmente, mandou um recado: “Trabalhem mais”!
Muito mais!
As leis são feitas no Legislativo. Óbvio!
As leis têm espírito, o Espírito das Leis de Montesquieu?
Para fazer leis é preciso ter um mandato legislativo, também!
Para ter um mandato legislativo, se o cidadão desejá-lo e ocupar um cargo comissionado na estrutura pública, tem que respeitar a lei.
Diz a lei: Peça exoneração para disputar a eleição. São três meses sem salário, neste caso.
Logo, há que se buscar recurso material para a sobrevivência em algum lugar.
Onde?
Peça aos ricos e depois retribua em dobro?
A lei, e seu espírito, neste caso, induzem à corrupção. Logo...
O sistema político brasileiro faliu. Está podre. Todos nós sabemos disto!
Menos a Lei deles...
Coisa de louco?
Com a palavra nossos ilustres congressistas.
Ilustres?

Conectado no baiano de Santo Amaro da Purificação:

Caetano Veloso em “Não enche”.

Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender...

Me encara, de frente
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver...

Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dá...

Quadrada! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar...

Eu vou
Clarificar
A minha voz
Gritando
Nada, mais de nós!
Mando meu bando anunciar
Vou me livrar de você...

Harpia! Aranha!
Sabedoria de rapina
E de enredar, de enredar
Perua! Piranha!
Minha energia é que
Mantém você suspensa no ar
Prá rua! Se manda!
Sai do meu sangue
Sanguessuga
Que só sabe sugar
Pirata! Malandra!
Me deixa gozar, me deixa gozar
Me deixa gozar, me deixa gozar...

Vagaba! Vampira!
O velho esquema desmorona
Desta vez prá valer
Tarada! Mesquinha!
Pensa que é a dona
E eu lhe pergunto
Quem lhe deu tanto axé?
À toa! Vadia!
Começa outra história
Aqui na luz deste dia "D"
Na boa, na minha
Eu vou viver dez
Eu vou viver cem
Eu vou viver mil...!
The End.


https://www.youtube.com/watch?v=Mqx8fe7v7po

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Sistemas Dinâmicos






Sistemas Dinâmicos

Marcos Bayer direto de Quaraí-RS.

Marcelo Viana um matemático brasileiro, elogiável, ganhou recentemente na França, com sua Teoria dos Sistemas Dinâmicos, o Grande Prêmio Cientifico Louis D.

Ele merece nossas homenagens!

O Juiz Sérgio Moro é outro grande brasileiro, também!

Moro colocou o Congresso Nacional, inteiro, para trabalhar. Por tabela, fez com que o Supremo Tribunal Federal – STF julgasse a classe política sem a lerdeza própria da imunidade parlamentar.

A Operação Lava a Jato, cujo centro é a cidade de Curitiba, é um marco na história jurídica do Brasil. Parabéns aos jovens da Polícia Federal e aos promotores públicos.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            Brilhantemente popular, Magno Malta, senador pelo Espírito Santo, pregador por opção ou vocação, tem razão quando disse na noite em que Dilma Roussef foi afastada da Presidência da República: “o pior da mentira é a hora da verdade”.

Waldir Maranhão, o parlamentar que não consegue presidir as sessões da Câmara dos Deputados parece uma anta tapirus de bigodes e óculos. Uma espécie da fauna nacional!

O procurador geral Janot pediu a prisão dos quatro Cavaleiros do Apocalipse do PMDB: Cunha, Renan, Juca e Sarney.

O Brasil mudou!

É a Teoria dos Sistemas Dinâmicos do diretor do Instituto Geral de Matemática Pura e Aplicada?

Até o nosso querido japonês de federal foi em cana.
É bem verdade que ele se entregou espontaneamente! 
Deu o exemplo para muitos.

Imaginem o clima em Brasília...


                                                                                                                                                                                                                                                      

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O Senado da República do Brasil




O Senado da República do Brasil

Marcos Bayer

Hoje, dia 11 de maio de 2016, assistimos pela televisão, rádio e Internet, a uma aula de democracia.
O Senado da República mostrou-se à altura do Brasil!

Lembrou-me do S.P.Q.R. da Roma Antiga: Senatvs Popvlvsqve Romanvs.
O Senado e o Povo de Roma.

Importante para a educação política do povo brasileiro. Para todos nós.
Diferente da Câmara dos Deputados, um pouco mais anárquica, o Senado Federal foi magistral. Sob as bênçãos do Papa Francisco, todos os senhores senadores falaram o que pensam da matéria em discussão: o pedido de afastamento da Presidente da República, para investigação por atos administrativos e conduta política exaustivamente discutida pela sociedade brasileira.

Magno Malta, senador pelo Espírito Santo, pregador por opção ou vocação, foi dos mais eloquentes. Falou a linguagem popular e foi direto na veia: “o pior da mentira é a hora da verdade”.

Foi uma Odysséia política de quase um dia inteiro. Uma espécie de “A Noite dos Tempos” de René Barjavel. Um romance contido numa ficção.

Às 05.25h Romero Juca tratou dos sonhos, delírios e devaneios. Estados mentais comuns aos homens. Falou dos juros compostos e extorsivos, matéria levantada pelo Deputado Esperidião Amin na Câmara dos Deputados através de Decretos Legislativos. Explicou a sociedade precária entre o PMDB e o PT. Disse que na convenção partidária, uma parte de 42% de seus membros foi, como ele, contra a aliança política que levou Dilma Rousseff ao seu segundo mandato presidencial. Defendeu seu partido, comparando-o ao filme de Hollywood sobre o navio Titanic.

Nós não vamos deixar o navio afundar”. Afirmou o hábil líder do PMDB.
“A lei do mar diz isso: Para evitar o naufrágio, é necessário mudar o comandante. Estamos trocando o comando para evitar o naufrágio”.
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, repetindo Geraldo Vandré, cantor do sucesso no Festival de Música da TV Record.

O placar estava em 48 votos a favor do afastamento da presidente contra 20 votos que ainda lhe davam sustentação política.

Lobão, curto em sua expressão, lembrou que o Senado da República iria analisar os supostos crimes cometidos. As três impressões digitais a que se referiu Juca, o líder do dividido PMDB.

Raimundo Lira, o último a falar, leu que sem entrar no mérito da questão, equilibradamente, votava contra a permanência da presidente Rousseff.

Bom dia, finalmente, após mais de 20 horas de debates, Antonio Anastasia, o relator, rapidamente falou da natureza do processo. Em 1215, na Carta Magna inglesa, limitou-se o poder de tributar do monarca.

Foi no impeachment norte americano, disse repetindo a ministra Carmen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, que o instituto do impedimento é de competência do Poder Legislativo e não do Poder Judiciário. E, como estudioso que é, falou por Minas Gerais. O centro, o equilíbrio como definiu o ilustre mestre Afonso Arinos, relembrado por Aécio Neves, em sua locução prévia. Era o PSDB no palco senatorial.

Gente, o governo federal é o dono da Caixa Econômica Federal” relembrou Anastasia apontando a afirmação da presidente Dilma.

Ao alvorecer, a Rede Globo informava que o placar estava 50 x 20 a favor do afastamento presidencial.

Eloquente, o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, defendeu sua cliente. Brilhante, lembrou a condenação de Riccardo Cucciolla Nicola Sacco e Gian Maria Bartolomeo Vanzetti e o direito de defesa condenado. Reafirmou o conceito do golpe.

Após a leitura da carta da ausente, Renan Calheiros, como magistrado, encaminhou a votação.

O placar eletrônico informou: 55 votos sim e 22 votos não.
Aprovado o afastamento da Presidente do Brasil por 180 dias.



segunda-feira, 2 de maio de 2016





Usura ou “sacanagem”?

Marcos Bayer

A iniciativa do Deputado Federal Amin, através dos Projetos de Decretos Legislativos 311 e 315/2016, levanta uma questão relevante na vida dos brasileiros.
Se os Estados-membros deixarem de pagar suas dívidas para com União na base do juro composto, eles não quebrarão.
Alguns já quebraram... !
Então, a ideia é acabar com esta usura moderna de calcular a dívida pública com taxas estratosféricas de juros sobre juros. Os deliciosos juros compostos...!
O que se deve questionar neste movimento de limpeza da vida política nacional é a razão da não a cobrança de juros simples.
Os juros civilizados!
Se a tese do Deputado Amin vingar, os Estados-membros ficarão aliviados em suas finanças públicas. O que é muito saudável, diga-se desde já.
Então, o mais importante desta discussão, é que vingando a tese do PDL 315/2016, os brasileiros, todos nós, poderemos ir aos nossos bancos e dizer ao gerente: Queremos juros simples no cheque especial quando o saldo estiver negativo, no crédito rotativo do nosso cartão de compras, idem e assim por diante em todas as nossas dívidas oficiais.
Finalmente, o Supremo Tribunal Federal, o guardião da Constituição da República, terá que dizer se a taxa anual de juros de 12% prevista na Magna Carta é balela ou é para valer.
Terrível a situação dos endividados, com também para a banca que terá que ser mais comedida na sua voracidade faminta... !

Vivemos um período de grandes mudanças na vida nacional. E devemos ao ilustre brasileiro Juiz Sérgio Moro, aos Promotores Federias de Curitiba e aos jovens da Polícia Federal esta nova fase que se inaugura em nosso peito juvenil...

Democracia





Marcos Bayer

Vem do grego (demos) povo e (cratos) governo. Democracia é o governo do povo, exercido por seus representantes eleitos pelo voto universal e secreto e fiscalizado, permanentemente, pelos eleitores.
Chegamos a uma democracia brasileira real neste século 21, manchada por uma cleptocraciaClepto em grego significa "roubo".
Seremos o primeiro país no mundo a ver por duas vezes o processo de "impeachment", uma instituição política criada pelos norte-americanos, inspirada na prática democrática dos velhos e experimentados britânicos, um povo que sequer precisa ter uma Constituição escrita, tamanha sua milenar noção de direitos e deveres.
No começo era golpe, depois pediram ao STF para regulamentar o golpe, na quinta-feira, 14 de Abril, pediram aos 11 Juízes da Corte Suprema para cancelar o golpe.
Domingo, 17 de Abril, assistiremos ao primeiro julgamento do golpe. Sua admissibilidade na Câmara dos Deputados, nossos representantes federais.
Mas, qual é o golpe, afinal?
A rede de corrupção montada na Petrobrás? Os pagamentos mensais aos diversos deputados que sustentavam o governo Lula?
O grande personagem deste golpe é o jovem Juiz Moro, nutrido pelas denúncias dos promotores federais de Curitiba e alimentado pelas investigações dessa moçada competente da nossa Polícia Federal.
Domingo reverteremos a goleada de 7x1 da Copa da Fifa de 2014.
Este grito de vitória que está contido na garganta do nosso povo.
Vota Brasil...


terça-feira, 29 de março de 2016

terça-feira, 15 de março de 2016

Coxinhas e Acarajés




Coxinhas e Acarajés...
Marcos Bayer



Há algo de podre no Reino da Dinamarca disse Hamlet pela mão de Shakespeare. Diante dos fatos não há o que fazer senão aceitá-los. Foram três milhões de brasileiros para as ruas. Os organizadores falam em seis milhões e o Data Folha computará outro número. Pouco importa. Foi um show de civismo e brasilidade. Fora com todos os políticos corruptos de todos os naipes, disseram os brasileiros.
Ninguém agüenta mais esta discussão babaca entre coxinhas e acarajés. Entre o PT e o PSDB. O povo mandou ambos às favas. E deu vaias em São Paulo aos amigos e convidados do governador Alckmin que garantiu a ordem pública para a manifestação livre e democrática.
Chega de papo furado entre coxinhas e acarajés. Ora bolas...
Os brasileiros disseram sim ao Juiz Moro, bravo cidadão e jovem guerreiro. Os brasileiros disseram: Saia Dilma e pediram cadeia para o grande Brahma, o mais honesto dos brasileiros, nosso ex-presidente Lulla da Sillva.
O povo disse, passeando no domingo 13 de Março de 2016: Queremos democracia, honestidade e chega de políticos ladrões de todos os quadrantes, de todos os recantos, de todos os tipos.
O Brasil é maior e melhor do que a canalha que nos governa no executivo e no legislativo. Salvo as exceções, honrosas, que sempre existirão.
Ao STF – Supremo Tribunal Federal foi dito: Atenção, mais atenção!
Florianópolis colocou 80.000 mil pessoas entre a Rodoviária e a sede da Polícia Federal. Parabéns aos relevantes serviços dessa moçada que faz inveja ao FBI.
Aos excessos, havendo, cabe recurso às instâncias superiores, diz a Lei.
O PMDB é o PFL de hoje. Abandonará o governo central. Os ratos sempre fogem aos naufrágios.
Parabéns Pátria Amada! Parabéns brasileiros enganados pela corja que sempre nos engambela.
Marquem novas eleições presidenciais. Queremos votar.
Horácio: Se o teu espírito rejeita alguma coisa, obedece-lhe; eu evitarei que venham para cá, dizendo que não estás disposto.”
Hamlet: De modo algum; nós desafiamos o agouro; há uma providência especial na queda de um pardal. Se tiver que ser agora, não está para vir; se não estiver para vir, será agora; e se não for agora, mesmo assim virá. O estar pronto é tudo: se ninguém conhece aquilo que aqui deixa, que importa deixá-lo um pouco antes? Seja o que for!”
A Dinamarca está hoje no Brasil, inteiro!
Gente é para brilhar e não para morrer de fome, canta Caetano Veloso.
Chega de corrupção. Chega de assalto ao Tesouro Nacional.
Viramos mais uma página da História deste cordial país: Avante Brasil!










sábado, 13 de fevereiro de 2016

Os manés, nossa história e a arquitetura...






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Por Marcos Bayer
  
   Dia destes, assistia ao canal de TV exibindo programa sobre as cidades europeias. E aí, não sei por que, imediatamente dividi meu cérebro em duas partes: uma assistia ao programa e a outra revia Desterro até Florianópolis, com imaginação e imagens reais que a memória permitia.
   E aí então compreendi que mesmo sendo uma ilha de imigrantes açorianos, gregos, libaneses, alemães, italianos e outras etnias, estamos fadados aos alvarás de demolição.
   O Coliseu, em Roma, se aqui fosse já teria sido demolido para dar lugar a um estádio de futebol. A Torre de Pisa já teria sido escorada de um lado e guinchada por cabos de aço no outro, na tentativa de verticaliza-la novamente. Os laranjais de Sevilha, cuja sombra e aroma embelezam a Andaluzia, já teriam sido substituídos por pequenos prédios como aconteceu na Trindade com sua Festa da Laranja. As palmeiras tropicais foram transportadas para a Europa a fim de adornar cidades nas bordas mediterrâneas. Aqui, o pau-brasil foi ceifado até a inexistência. Cemitérios ingleses e catacumbas italianas, aqui teriam sido, como foram, transformados em terrenos abandonados como a cabeceira insular da Ponte Hercílio Luz.
   Petiscos como calamari, azeitonas e doces gregos, tapas e tortilhas espanholas, patês de foie gras e rins ensopados aqui se transformaram em anchovas na chapa, vendidas como grelhadas, cujo azeite é uma emulsão estimuladora do vômito, a cem reais o par, como estão à disposição no Pântano do Sul. Ruas de paralelepípedo que legitimavam a praça XV, o Palácio Cruz e Souza e outras construções, foram asfaltadas sobre o argumento de que a trepidação prejudicaria as construções. Azulejos artesanais pintados à mão como na Galícia, em Valência ou Óbidos em Portugal, aqui foram transformados no Porcelanato 60X60 cm, vendidos nas melhores casas comerciais. A rica e miscelânea área comercial da Rua Conselheiro Mafra, o Mercado Público e adjacências, foram substituídos por lojas de produtos de gosto e preço duvidosos.
   Salvamos a sede do Corpo de Bombeiros, a sede do Comando Militar, a Igreja e o Orfanato e alguns casarios da Praça Getúlio Vargas. Inúmeras residências nas principais avenidas como Trompowsky, Rio Branco, Mauro Ramos e Hercílio Luz deram lugar aos prédios retos de janelas quadradas numa arquitetura próxima do sufocante. Faltou Gaudi ou Calatrava. Ou Niemeyer quando integrava a curva à reta. Carros de mola puxados por cavalos estacionados na praça XV, como no Central Park de Nova York ou no Ringstrasse de Viena, de valor turístico apreciável, aqui deram espaço aos táxis brancos cujas placas pertencem aos vereadores.
   E assim, poderíamos passar a noite fazendo paralelos entre o azul, limpo e transparente Mar Mediterrâneo e nossas belíssimas praias pigmentadas por coliformes fecais.
   Nossas ostras são oxigenadas pelas águas das baías cuja pureza só aFatma pode atestar. Então, sob o comando político de manés iletrados com curso superior em Organização & Métodos, planejamentos intermináveis e reuniões inconsequentes vamos perdendo os músicos que poderiam tocar pelas ruas, o Boi de Mamão, as festas populares e religiosas substituídas pelos beach clubs de Jurerê onde os marombados e as Marybundas tentam impor um novo padrão cultural. No extremo sul da Ilha, para demonstrar que a crítica não é dirigida, temos a Praia dos Açores, cujas ruas lajotadas assemelham-se às de Bagda, depois da ofensiva norte-americana.
   O Prefeito vai à Disney, em férias, para mostrar aos seus a Minnie e o Mickey. Paga R$ 4,6 milhões de reais pela festa e a transmissão dos fogos que se queimam em vinte minutos de espetáculo inigualável em todo o planeta. Florianópolis é a única cidade no planeta que festeja o Ano Novo de forma pirotécnica. Haja originalidade! Os músicos locais que tocaram na Fenaostra ainda não haviam recebido seus créditos junto ao Município. Aliás, a Fenaostra deveria ser comemorada nos diversos restaurantes do Ribeirão da Ilha e num espaço mais apropriado do que aquele Centro de Convenções, enclausurado na Baía Sul, onde nem o por do sol se pode apreciar. Esqueceram-se das janelas num rasgo de arquitetura cósmica.
   Não sabemos quais os maiores devedores do IPTU, nem da quadrilha que fraudava quitações tributárias na Prefeitura Municipal e, no entanto, houve um aumento considerável do Imposto Territorial e Predial Urbano.
   Votou-se um plano diretor cujos anexos até hoje estão desanexados. Nesta balburdia, os principais responsáveis tratam-se respeitosamente pela alcunha de Vossa Excelência.
   A Ilha, tristemente, afasta-se da excelência que já experimentou, para um momento de conurbação, onde as autoridades políticas serão conhecidas pelo vulgo.
   Esta tem sido a nossa sina...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

complemento do post anterior: Joe Cocker in Berlin...






                                                      https://youtu.be/gQLtCoh5EaI


ESTRANHAS MEMÓRIAS... revisitando...



Estranhas Memórias (II) em Abril de 2013.
(Marcos Bayer)
E a onda bateu e voltou…

A onda que se formou no pós-guerra de 1945, foi uma onda de completa reavaliação da vida humana associada. A Renascença Italiana, 500 anos antes, impondo uma reflexão no Ocidente sobre o fim das trevas e o início das grandes navegações e dos novos mundos recém-descobertos: As Américas do Norte, Central e do Sul.

Na segunda metade do século XX, nasceu a geração mais livre e mais crítica da história humana. Uma geração que questionou com Erich Von Daniken se os deuses eram astronautas. A geração que ouviu de John Lennon a frase: Somos mais famosos do que Jesus Cristo. Uma geração que ousou, quebrou regras, paradigmas, mudou hábitos, ensinou o diálogo com os pais, perguntou onde vamos colocar nosso lixo – até então lançado em qualquer matagal – como vamos morar uns em cima dos outros, pois os edifícios eram fenômeno mundial havia 30 ou 40 anos... Quais roupas usaremos? E que sociedade queremos? (uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais). Que educação necessitamos?
Em Paris a manifestação dos estudantes em Maio de 1968, aqui a Tropicália, nos EEUU os protestos contra a guerra no Vietnã. Glauber Rocha e o cinema novo. Hair e Jesus Christ Super Star. O perigo na guerra nuclear no Hemisfério Norte, Luiz Gonzaga em Asa Branca no Hemisfério Sul.
Ernesto Geisel e o trem bala do Japão. Mortes e torturas pelas idéias. Chico Buarque canta Reconstrução. Caetano fala da piscina, margarina, da Carolina, da gasolina… Eu vou ao Baturité e depois na Kizumba ouvir George Benson cantar Lady Blue. “When you show me a different side… Because I love you more and more…”. Uma geração libertária que queria um mundo melhor. Em 1981, o Senador Ted Kennedy discursava nos jardins da University of Southern California e pedia aos governos, americano e soviético, o: Nuclear Freeze.
Aqui, em 1984, dignos senadores organizavam o movimento político das Diretas Já.
O Brasil começa a viver a abertura política...
Às drogas da década anterior, a maconha e o álcool, especialmente, são adicionados os barbitúricos e a cocaína. Depois vem o ecstasy e o crack final. Tudo fica punk.

Um sonho de paz e amor, do tamanho de uma geração, santa geração, é substituído pelo pragmatismo econômico que vem com a queda do Muro de Berlin, 1989, e com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Garotos focados (não sabem no que), ternos iguais com gravatas sem cor, botões fechados próximos aos pescoços, executivos sem sonhos coletivos que aprendem a roubar desde cedo.

Mobilidade urbana, modais, gestão otimizada, sushi & sashimi, kite surf e narguilé. É muito pouco em troca de uma liberdade que não terminava no horizonte, de um velho calção de banho, de um dia para vadiar, de um mar que não tem tamanho e de um arco-íris no ar… Canta Vinícius teu lindo mar de Itapoã, falar de amor Itapoã…

Sociedade de criatividade escassa, talentos represados, contidos nas magníficas telas de PC. Diferente da bárbara bela tela de TV que cantava Gilberto Gil.

Genética, profética, cibernética civilização. A cada dia me despeço da vida. É muita coisa para guardar dentro do meu eterno peito juvenil…
E a consciência da minha finitude estrangula minha garganta.
Logo ela que tanto bradou!!!

The end...