sexta-feira, 13 de maio de 2016

O Senado da República do Brasil




O Senado da República do Brasil

Marcos Bayer

Hoje, dia 11 de maio de 2016, assistimos pela televisão, rádio e Internet, a uma aula de democracia.
O Senado da República mostrou-se à altura do Brasil!

Lembrou-me do S.P.Q.R. da Roma Antiga: Senatvs Popvlvsqve Romanvs.
O Senado e o Povo de Roma.

Importante para a educação política do povo brasileiro. Para todos nós.
Diferente da Câmara dos Deputados, um pouco mais anárquica, o Senado Federal foi magistral. Sob as bênçãos do Papa Francisco, todos os senhores senadores falaram o que pensam da matéria em discussão: o pedido de afastamento da Presidente da República, para investigação por atos administrativos e conduta política exaustivamente discutida pela sociedade brasileira.

Magno Malta, senador pelo Espírito Santo, pregador por opção ou vocação, foi dos mais eloquentes. Falou a linguagem popular e foi direto na veia: “o pior da mentira é a hora da verdade”.

Foi uma Odysséia política de quase um dia inteiro. Uma espécie de “A Noite dos Tempos” de René Barjavel. Um romance contido numa ficção.

Às 05.25h Romero Juca tratou dos sonhos, delírios e devaneios. Estados mentais comuns aos homens. Falou dos juros compostos e extorsivos, matéria levantada pelo Deputado Esperidião Amin na Câmara dos Deputados através de Decretos Legislativos. Explicou a sociedade precária entre o PMDB e o PT. Disse que na convenção partidária, uma parte de 42% de seus membros foi, como ele, contra a aliança política que levou Dilma Rousseff ao seu segundo mandato presidencial. Defendeu seu partido, comparando-o ao filme de Hollywood sobre o navio Titanic.

Nós não vamos deixar o navio afundar”. Afirmou o hábil líder do PMDB.
“A lei do mar diz isso: Para evitar o naufrágio, é necessário mudar o comandante. Estamos trocando o comando para evitar o naufrágio”.
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, repetindo Geraldo Vandré, cantor do sucesso no Festival de Música da TV Record.

O placar estava em 48 votos a favor do afastamento da presidente contra 20 votos que ainda lhe davam sustentação política.

Lobão, curto em sua expressão, lembrou que o Senado da República iria analisar os supostos crimes cometidos. As três impressões digitais a que se referiu Juca, o líder do dividido PMDB.

Raimundo Lira, o último a falar, leu que sem entrar no mérito da questão, equilibradamente, votava contra a permanência da presidente Rousseff.

Bom dia, finalmente, após mais de 20 horas de debates, Antonio Anastasia, o relator, rapidamente falou da natureza do processo. Em 1215, na Carta Magna inglesa, limitou-se o poder de tributar do monarca.

Foi no impeachment norte americano, disse repetindo a ministra Carmen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, que o instituto do impedimento é de competência do Poder Legislativo e não do Poder Judiciário. E, como estudioso que é, falou por Minas Gerais. O centro, o equilíbrio como definiu o ilustre mestre Afonso Arinos, relembrado por Aécio Neves, em sua locução prévia. Era o PSDB no palco senatorial.

Gente, o governo federal é o dono da Caixa Econômica Federal” relembrou Anastasia apontando a afirmação da presidente Dilma.

Ao alvorecer, a Rede Globo informava que o placar estava 50 x 20 a favor do afastamento presidencial.

Eloquente, o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, defendeu sua cliente. Brilhante, lembrou a condenação de Riccardo Cucciolla Nicola Sacco e Gian Maria Bartolomeo Vanzetti e o direito de defesa condenado. Reafirmou o conceito do golpe.

Após a leitura da carta da ausente, Renan Calheiros, como magistrado, encaminhou a votação.

O placar eletrônico informou: 55 votos sim e 22 votos não.
Aprovado o afastamento da Presidente do Brasil por 180 dias.



segunda-feira, 2 de maio de 2016





Usura ou “sacanagem”?

Marcos Bayer

A iniciativa do Deputado Federal Amin, através dos Projetos de Decretos Legislativos 311 e 315/2016, levanta uma questão relevante na vida dos brasileiros.
Se os Estados-membros deixarem de pagar suas dívidas para com União na base do juro composto, eles não quebrarão.
Alguns já quebraram... !
Então, a ideia é acabar com esta usura moderna de calcular a dívida pública com taxas estratosféricas de juros sobre juros. Os deliciosos juros compostos...!
O que se deve questionar neste movimento de limpeza da vida política nacional é a razão da não a cobrança de juros simples.
Os juros civilizados!
Se a tese do Deputado Amin vingar, os Estados-membros ficarão aliviados em suas finanças públicas. O que é muito saudável, diga-se desde já.
Então, o mais importante desta discussão, é que vingando a tese do PDL 315/2016, os brasileiros, todos nós, poderemos ir aos nossos bancos e dizer ao gerente: Queremos juros simples no cheque especial quando o saldo estiver negativo, no crédito rotativo do nosso cartão de compras, idem e assim por diante em todas as nossas dívidas oficiais.
Finalmente, o Supremo Tribunal Federal, o guardião da Constituição da República, terá que dizer se a taxa anual de juros de 12% prevista na Magna Carta é balela ou é para valer.
Terrível a situação dos endividados, com também para a banca que terá que ser mais comedida na sua voracidade faminta... !

Vivemos um período de grandes mudanças na vida nacional. E devemos ao ilustre brasileiro Juiz Sérgio Moro, aos Promotores Federias de Curitiba e aos jovens da Polícia Federal esta nova fase que se inaugura em nosso peito juvenil...

Democracia





Marcos Bayer

Vem do grego (demos) povo e (cratos) governo. Democracia é o governo do povo, exercido por seus representantes eleitos pelo voto universal e secreto e fiscalizado, permanentemente, pelos eleitores.
Chegamos a uma democracia brasileira real neste século 21, manchada por uma cleptocraciaClepto em grego significa "roubo".
Seremos o primeiro país no mundo a ver por duas vezes o processo de "impeachment", uma instituição política criada pelos norte-americanos, inspirada na prática democrática dos velhos e experimentados britânicos, um povo que sequer precisa ter uma Constituição escrita, tamanha sua milenar noção de direitos e deveres.
No começo era golpe, depois pediram ao STF para regulamentar o golpe, na quinta-feira, 14 de Abril, pediram aos 11 Juízes da Corte Suprema para cancelar o golpe.
Domingo, 17 de Abril, assistiremos ao primeiro julgamento do golpe. Sua admissibilidade na Câmara dos Deputados, nossos representantes federais.
Mas, qual é o golpe, afinal?
A rede de corrupção montada na Petrobrás? Os pagamentos mensais aos diversos deputados que sustentavam o governo Lula?
O grande personagem deste golpe é o jovem Juiz Moro, nutrido pelas denúncias dos promotores federais de Curitiba e alimentado pelas investigações dessa moçada competente da nossa Polícia Federal.
Domingo reverteremos a goleada de 7x1 da Copa da Fifa de 2014.
Este grito de vitória que está contido na garganta do nosso povo.
Vota Brasil...