terça-feira, 21 de agosto de 2007

Unknown

O homem nunca soube nada sobre o futuro. Por isto, os oráculos sempre foram consultados na tentativa de amainar as dúvidas e angústias sobre o amanhã.
Na história da civilização ocidental, ouso dizer que a fração mais livre e esperançosa da humanidade viveu na década de setenta do século XX.
Apesar do medo da guerra atômica e da guerra do Vietnam, nós ocidentais, vivemos um período de avanços tecnológicos combinados com a possibilidade da organização social harmônica, simultaneamente à possibilidade da sanidade ambiental do planeta. Talvez, a social democracia européia fosse o fator político responsável por este equilíbrio entre vida e esperança. Os escandinavos, nós sabemos, conseguiram erradicar a pobreza em suas sociedades.
Entre o surgimento do liberalismo econômico de Adam Smith, em 1776, passando pela proposta comunista de Karl Marx, em 1848, sua implantação em 1917 por Lênin e sua derrocada em 1989, em Berlin, passaram-se apenas 231 anos. Quase nada na história ocidental.
A globalização surge após a queda do comunismo como proposta de uma sociedade mais eficiente, organizadora de um mercado global que absorveria todos os cidadãos.
Contudo, o que temos visto é um crescimento exponencial do mercado financeiro, sem o lastro físico correspondente. Alguns economistas falam na circulação de títulos de crédito na economia mundial numa quantidade equivalente a cinco vezes a produção física do planeta.
Além disto, a entrada de mais de dois bilhões de habitantes, chineses e indianos, neste mercado único, provocará um impacto ainda não conhecido.
Sabe-se apenas, pela lógica capitalista, que o excesso de mão de obra causará uma redução, ainda maior, no valor dos salários pagos ao redor do globo.
Outro fator a ser considerado, é a pulverização do capital que sai do controle dos indivíduos e passa a ser gerido por fundos de pensão, seguradoras, bancos e congêneres. Estes jovens gestores têm compromissos com metas pré-estabelecidas e que se não forem atingidas, significam suas demissões.
Este tipo de gerência financeira é mais um fator de afastamento entre a riqueza material e o bem estar do ser humano.
Outra faceta sobre a qual nada se sabe é o encontro entre o Ocidente e o Oriente. Pela primeira vez na História vamos presenciar esta fusão de culturas, religiões e intenções políticas.
Qual será o idioma de comunicação planetária? Qual será a moeda que regerá o comércio mundial? Que autoridade irá impor as regras de preservação e conservação ambiental?
Uma variável é dedutível: a expansão do capital será constante e ele, cada vez mais, dirá à classe política para que rumo seguir.