sábado, 31 de outubro de 2020

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cangablog: A Política:  Por Marcos Bayer    Foi durante um vôo BSB-FLN em 1989, antes da queda do Muro de Berlin que surpreenderia a todos no final daquele ano.   ...

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cangablog: Santa Daniela: Santa Catarina de Alexandria por Marcos Bayer    Santa Catarina superou mais um golpe político.    O mais sórdido de sua História. Catarina ...

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

cangablog: Uma coisa é uma coisa...

cangablog: Uma coisa é uma coisa...: ...assim como outra coisa, é outra coisa completamente diferente.   por Marcos Bayer    Temos pelo menos três riachos correndo ...

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Arquitetura do Golpe

 





Arquitetura do Golpe

 

Marcos Bayer

 

Honoráveis leitores, caros amigos. Estamos assistindo a montagem de um grande golpe na política de Santa Catarina. Começo pela imprensa convencional que protege o golpe dizendo que este governador Moisés fere as mais republicanas atitudes políticas catarinenses. Fere. Ele fere. Fere na questão da aquisição e pagamento antecipado dos respiradores chineses não entregues. São R$ 33 milhões de reais evaporados no sol nosso de cada dia. Se Moisés não é cúmplice, é omisso. Mas, pelas evidências é mentiroso. No final de Março de 2020 envia projeto à ALESC e retira no mesmo dia. Consulta o TCE sobre pagamentos antecipados e antes da resposta oficial do Tribunal de Contas, deixa que paguem a compra nunca realizada. Falso testemunho em Abril quando diz que só então tomou conhecimento da matéria. Improbidade administrativa comprovada. Neste processo, a vice-governadora Daniela nada tem de participação. Ao contrário, denunciou publicamente o caso.

A chamada imprensa política convencional, pendurada na folha de pagamento do Tribunal de Contas do Estado, inativos ou ativos, uns pulando a catraca do ponto para conciliar os horários da TV com os horários da Corte Verificadora.

Falam e escrevem sobre corrupção, ética, honestidade, lisura e não olham o próprio rabo. Nem para seus contracheques que ultrapassam os R$ 20 mil reais pagos pelo contribuinte, honoráveis irmãos!

Num passe de mágica, nos últimos dias, a Augusta Casa, Assembleia Legislativa, inicia um projeto de propaganda maciça nos jornais e TVs. Milhões de reais gastos com as empresas de comunicação para moldar o noticiário ao desejo do golpe. Alguns jornalistas são censurados, outros aplaudidos por seus superiores na legitimação da pretensão.

Falam dos governantes honestos e republicanos de nossa História. Escrevem sobre suas virtudes. Eles existem, é verdade. Mas, não com esta frequência e intensidade.

Só para lembrar, vejam a trajetória de duas pontes. A construção da Ponte Pedro Ivo e as reformas da Ponte Hercílio Luz. Lembrem que em Outubro de 2006 a Polícia Federal entrou no Centro Administrativo, local de trabalho do governador, e prendeu Aldo Hey Neto, assessor financeiro com a mala cheia de dólares. Em seu apartamento, em Jurerê, encontraram mais dólares, libras esterlinas e dois vibradores de silicone. Os vibradores, é verdade, não tinham valor de troca. Apenas de uso, supõe-se.

Santa Catarina é um Estado de excelência, produtivo, criativo, eficiente e modelo para o país. Mas, dizer que a classe política catarinense é republicana e honrada, só recebendo dinheiro dela...

Há exceções, claro que há. Parece que prenderam o presidente da associação dos municípios – a FECAM, não?

Tem Operação Alcatraz? Tentaram vender a CASAN para a ODEBRECHT?

Houve operação financeira com as LETRAS DO TESOURO DO ESTADO e os decorrentes PRECATÓRIOS?

Forças corruptas querem imputar ao governador Moisés e a vice-governadora Daniela o “crime” de equiparação dos salários dos procuradores do poder executivo aos do legislativo. Aqui está o golpe. Aqui está a propaganda maciça da ALESC nos meios de comunicação, aqui estão nossos jornalistas oficiais pendurados na folha de pagamento de TCE.

A vice-governadora não participou desta equiparação que não é criminosa. O artigo 196 da Constituição Estadual garante a isonomia nas funções citadas. Também não participou da tentativa de compra do hospital de campanha de R$ 76 milhões. Também não participou da liberação de R$2,5 milhões para a agencia de publicidade para campanha do Corona vírus, quando todas as televisões recomendavam exaustivamente: Lave as mãos com álcool e use a máscara de proteção.

A vice-governadora é inocente.

O que a CPI da Alesc vai recomendar ao plenário? Tão efusiva que era, vai abandonar sua investigação? Só porque alcança Moisés e não derruba Daniela?

No meio do caminho há uma pedra. Há uma pedra no meio do caminho, diz o poeta.

Daniela é a pedra. Dizem que ela é inexperiente. É. Claro que é.

Todos os outros também foram quando assumiram. Nenhum deles nasceu governador. Nenhum deles fez faculdade de governador. Todos nós somos inexperientes antes do primeiro ato...

Ela parece ser honesta. Denunciou Moisés.

Se ela se juntar a Moisés, caem os dois.

Se ela se defender sozinha, pode sobreviver e assumir constitucionalmente. Apesar dos caga-regras da imprensa catarinense que recebem pelo Tribunal de Contas com a cara lavada!

Aliás, a imprensa catarinense também precisa de um impeachment...

 



domingo, 7 de junho de 2020

Debate da hora em 04 de Junho de 2020






Cacau, para contribuir no debate da tua coluna:

Muhammad Yunus, prêmio Nobel da Paz, fundador do banco dos pobres, o micro crédito de Bangladesh, disse ao jornal brasileiro: Foi bom a pandemia para tirar o mundo da rota suicida do sistema econômico tradicional. Além disto o aquecimento global e a diferença de renda gritante entre uns e outros. Esta crise é uma oportunidade para livrar a humanidade de um modelo que cria e sustenta a pobreza, disse ele.
Nos EEUU o negro George Floyd é asfixiado impiedosamente por um policial branco. Talvez por uma nota falsa de U$ 20 dólares para comprar cigarros.
Protestos por mais de uma semana alastraram-se pela Europa. Às vezes a humanidade dá um basta na ordem estabelecida. Foi assim na Queda da Bastilha, o presídio parisiense, abarrotado de gente progressista.
E fez-se a Revolução Francesa de 1789 que estruturou o Poder em três lâminas.
Legislativo, Executivo e Judiciário. O Estado moderno. Tomara que o Brasil aproveite a quarentena do Corona vírus para pensar num novo modelo agrário e possa acomodar as vidas de 30 milhões de brasileiros.

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cangablog: Jenifer:                                                                           por Marcos Bayer    Parece ter sido esta a palavra senha ...

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cangablog: Feudalismo Moderno:  por Marcos Bayer     Quem assistiu a íntegra da gravação relativa à reunião ministerial de 22 de Abril passado, perceberá pelo meno...

domingo, 17 de maio de 2020

Alistamento militar





Alistamento

Corria o ano de 1977 e chegava o mês do alistamento militar. O local de apresentação era o 63º BI – Batalhão de Infantaria, no Estreito, ao lado do Cine Jalisco. De Tijucas veio um grupo de seis rapazes, entre eles o Neguinho, carinhosamente assim chamado pela cor de sua pele e por sua cativante personalidade. Naquele tempo não havia o politicamente correto. Neguinho não queria servir o Exército, nem sair de Tijucas por um ano inteiro. Tal hipótese doía-lhe na alma. Chorava dentro do ônibus na viagem para a Capital. Um de seus amigos, comovido com a situação, pegou o óculos escuro e emprestou ao amigo. Lentes pretas, armação preta – no melhor estilo Ray Charles. E disse: Neguinho, entra no quartel com os óculos, põe as mãos para frente e faz de conta que és cego.
Às 11.00 horas começou a inspeção. Todos nus, em formação e só o Neguinho de óculos. O sargento perguntou-lhe: Por que os óculos? Porque eu sou cego, senhor sargento. Quer que eu os tire? Não, não... Está dispensado.
Feliz da vida saiu do quartel e para esperar os amigos sabia que tinha que fazer uma horinha. Naquela época, o Cine Jalisco, já em decadência, apresentava filmes pornográficos na sessão vespertina.
Sentou-se e mesmo com os óculos começou a apreciar o enredo. Lá pelas 14.00 horas, acabou a inspeção e o sargento, também para fazer uma horinha, foi ao cinema. Sentou-se justo ao lado do Neguinho. Quando percebeu, foi na orelha dele e perguntou: Tu não és o cego que eu dispensei pela manhã? Sou sim senhor, respondeu prontamente.
E o que tu fazes aqui no cinema? Cinema? Perguntou o Neguinho. Eu pensei que já estava no ônibus das cinco voltando para Tijucas...


A Fuga do Egito






A Fuga do Egito
(Uma revisão histórica)
Nabucodonosor IV *

A Fuga do Egito foi um dos eventos mais concorridos daquela época. Liderada por Moises, o profeta, dois dias após receber os 10 Mandamentos em duas tábuas de cedro do Líbano, madeira muito leve e de fácil portabilidade. Ao sair das areias egípcias, Moises teve que abrir e atravessar o Mar Vermelho (primeiro mar comunista da História) e conduzir seu povo para a Terra Prometida, Canaã. Onde está a Palestina.
Na travessia, um dos andarilhos teria coletado um pequeno vírus no fundo daquele mar. Corona, deram-lhe o nome. Embora haja a teoria de um cientista romano famoso, Rubens Sergium, afirmando que o vírus estava no fundo do Mar Morto. Só os chineses saberão ao certo.
O fato é que ao chegarem do outro lado, Moises e seu povo, continuaram a viagem para Jerusalém. Porém, o último dos andarilhos, um judeu de nome Jacob, ficou na margem do mar, em cima de uma pedra, observando as águas voltarem à normalidade. E depois de três dias e três noites de reflexão, concluiu que um serviço de balsa seria fundamental dali em diante. Surgiu então, a EL BALSA TRAVESSIA S/A. Jacob entendeu que deveria cobrar na ida e na vinda cinco moedas por cada mão. Quando era no sentido do Egito, chamava de embalsa. Na volta, balsa. Como embarca e barca. E assim, pela movimentação náutica formulou o verbo EMBALSAMAR, pois a balsa flutuava sobre o Mar Vermelho.
Os egípcios logo se apropriaram do verbo e passaram a utilizá-lo com seus entes queridos já sem vida. Os descendentes de Jacob, até hoje, recebem royalties pelo método fúnebre.
Alguns anos depois surgiu o EL BALSA BANK S/A, grande agencia de fomento comercial naquela região. O sucesso do empreendimento foi tamanho, que durante o século 20, criaram a EL AL AIRLINES S/A. Seu primeiro presidente foi Ben Gurion. (Foto).
Voltando à Moises, ao Mar Vermelho e à História, há uma tese na Universidade de Tel Aviv de que os bombeiros sempre foram comunistas. No mundo inteiro. Não por acaso usam aqueles caminhões – pipa vermelhos e passam disfarçadamente pela população.
No Congresso Mundial do Partido Comunista em Pequim, em 2002, decidiram aposentar a bandeira vermelha com a foice e o martelo. A nova bandeira, ainda vermelha, tem agora a moto-serra e a betoneira.
Finalmente, estudos mostram que por causa daquela travessia no Mar Vermelho, estabeleceu-se o confronto entre comunistas e capitalistas.
Tivesse o mar outro nome, como por exemplo, Egeu ou Cáspio, tudo se resolveria com shampoo da L’Oreal de Paris.





*Nabucodonosor IV é sobrinho neto do Grande Nabucodonosor, Rei do Egito. 
Estudou Ciência Política em Nínive na Babilônia. 
Morava num dos Jardins Suspensos durante o curso acadêmico e cultivava papoulas na varanda de seu apartamento.

Roma Antiga





Voltando à Roma Antiga:

Bolsonarum era um capitão da guarda pretoriana. Casou - se algumas vezes com mulheres de origens diversas no Império. Uma era da Macedônia, outra de Cartago (norte da África) sua preferida. Depois, mais tarde, casou com Michellia. Ela era clara e loira. Falava idiomas. Entre eles o árabe e o Libium (língua da Líbia).
Michellia quando soube da antecessora de Cartago, por ciúmes e medo, pintou os cabelos de preto e fez um estilo Channelium.

Channelium foi um grande cabeleleiro romano. Além de criador das Aquas Nasalis, usadas para melhorar o odor das esposas dos soldados.

O corte do cabelo da Ticiana, por exemplo, é inspirado em Channelium.

Foi nesta época, 60 anos A. C. que surgiu a maquiagem. Do Egito vieram os lápis para contornar os olhos e cílios. Além das sobrancelhas. Eram feitos com grafite e carvão.
Osíris foi um grande maquiador. Ísis, sua esposa, era especialista em perucas. Por isto as múmias são carecas. Os cabelos eram retirados antes de embalsamar os sem vida.
Do Marrocos vieram as tintas. Multicoloridas. Surgiram as sombras oculares das mulheres romanas. O azul predominava. Era uma homenagem ao céu. O prata também. Afinal as romanas viviam no mundo da Lua. 
O batom veio da Macedônia. Era uma cera incolor e impermeável.
Foi feito um concurso para definir a cor. A maioria delas optou pelo vermelho, o Rosso.
Vermelho era a cor da guerra, da luta, da conquista. E as mulheres romanas queriam conquistar os romanos.
A moda também passou por transformações. Surgiu Yvium Sanctis Laurrentium, cujo logotipo era YSL, a etiqueta mais cara da época.
Versacium e Dolce Gabanium eram seus auxiliares.
As túnicas longas até os pés, logo foram encurtadas. A minimum saium foi um sucesso.
Foi lançada no verão romano, Junho de 59 A. C. e virou moda imediata.
Foi a primeira vez que as mulheres mostraram as coxas em público.
Então, Victória, em segredo, criou mais uma peça do vestiário feminino. As calcitas.
As calcitas permitiram uma nova postura para a mulher romana. As piscinas logo estavam tomadas por cidadãs vestidas apenas com o Bikinium.
Os mais ousados eram do tipo filis dentalis.
Foi um loucura aquele verão de 59 A. C.
Top Lessium, fiscal dos costumes da cidadania, não aguentou a pressão e liberou geral.
Coppertonium montou uma fábrica de brozeadores.
Um sucesso! Bronzeadas elas passaram a ser as mais cobiçadas do Império.

Contam que muitos senadores perderam a cabeça nesta época. Por várias razões.
O fato é que neste ano Júlio César foi esfaqueado por Brutus nas escadarias do Senado Romano (SPQR).
Cena que seria repetida 2.080 anos depois em Magistratum de Fora - MG.
Foi usada a mesma faca. Uma Tramontinium Inox.

E, o mais surpreendente, foi quando Pôncio Pilatos lavou as mãos e disse solenemente: Vocês ainda repetirão meu gesto daqui a dois milênios quando o Corona surgir.


Escrito por Otavium Pennium.
Membro da Academia Romana de Letras.

domingo, 22 de março de 2020

O bichinho da morte







O bichinho da morte

Marcos Bayer

O ministro de saúde Luiz Henrique Mandetta recomenda à população uma reflexão, neste final de semana, sobre o Corona vírus e suas consequências.
Eu faço a minha e inicio pedindo um exercício de antecipação do futuro sobre a água potável e o mar. Recentemente na cidade do Rio de Janeiro vimos o que pode acontecer com o abastecimento depois de um surto de poluição nas nascentes e na bacia hidrográfica da região. Em Florianópolis, na Lagoa do Peri, fonte de abastecimento parcial para a Ilha, centenas de pessoas banham-se e provavelmente urinam no reservatório natural que deve ter uma determinada capacidade para suportar impurezas. (carrying capacity).
No mar, observamos imagens da quantidade de matéria plástica poluindo os oceanos, além da morte de animais, peixes e aves, que se alimentam destes resíduos. Em algum momento futuro encontraremos situações limites para tais questões.
Dito isto, vamos às pandemias. Ao longo da História ocorreram diversas. De maneira alegórica, até as Dez Pragas do Egito. Na Idade Média, vários surtos epidêmicos, muitos deles relacionados aos excrementos de animais pelas ruas dos burgos e alimentos apodrecidos nas feiras livres, não vendidos e deixados ao relento.
Os rios, grandes ou pequenos, foram transmissores de diversas pestes. Talvez ainda sejam...
A realeza europeia aliada à Igreja detinha grande parte do Capital até a Revolução Francesa. (1789). Ambos eram sustentados pela população de pequenos produtores agrícolas e criadores de animais domesticados. Sabe-se que nem a realeza, nem a Igreja trabalhavam na produção diretamente. Em troca dos tributos coletados nas vilas, cujo valor era estipulado pelo nobre senhor feudal, ofereciam proteção contra possíveis invasores e um lugar nos céus, respectivamente. Além da confissão e do perdão, alívios para a alma.
Importante deixar gravado que sempre foram os pequenos produtores agrícolas e artesãos (sapateiro, padeiro, ourives, ferreiro, construtores de casas e etc) que movimentaram a economia de forma mais rápida e eficiente. Mesmo com o advento da indústria surgida na Grã Bretanha, do tear até a locomotiva (1826), a linha Manchester até o porto de Liverpool para levar têxteis para o mundo, os pequenos produtores e comerciantes são imprescindíveis na cadeia produtiva. Nem as grandes corporações do século 21 são mais eficientes do que esta cadeia de pequenos produtores e comerciantes e sua capilaridade.
Com o fim da monarquia na França e o Iluminismo vigente, o nobre foi substituído pela elite nascente, chamada de burguesia, em razão da organização comercial dos burgos. Adam Smith (1776) propôs o liberalismo econômico confirmado por Hayek e Milton Friedman com seu famoso “não existe almoço grátis”.
Karl Marx (1848) dividiu a produção entre patrões e empregados, propôs a união destes últimos e salientou a necessidade de coletivizar os meios de produção (fábricas e etc).
Com a crise de 1929, o governador de Nova York, Franklin Delano Roosevelt, busca nas ideias de John Maynard Keynes a solução para tirar a América do buraco. O New Deal é a intervenção do Estado no processo econômico.
São destas três fontes que bebe o mundo.
A Europa, depois de duas guerras mundiais, apesar de algumas monarquias (Reino Unido, Espanha, Dinamarca, Noruega, Suécia e os Principados de Mônaco, Luxemburgo, Andorra e outros) soube se adaptar às relações entre capital e trabalho de maneira mais equânime. A Europa sentiu a fome, a miséria, a tortura, o estupro, a dilaceração dos corpos, a doença e desta tragédia surgiram governos mais equilibrados, onde a distancia entre a elite e o povo diminuiu. A social democracia foi responsável por parte disto.
A reconstrução europeia financiada pelo EEUU através do Plano Marshall mostrou que o Estado é a mola propulsora do desenvolvimento. O valor do Plano Marshall, atualizado, é de U$ 100 bilhões de dólares. O Brasil gasta com juros da sua dívida pública R$ 400 bilhões de reais por ano. Mas, junto com o Estado que ampara nas horas de crise, é preciso seriedade nos três pilares do poder. Executivo, Legislativo e Judiciário.
Não por acaso, a Europa é a melhor parte do mundo para se viver.
Educação de qualidade, assistência publica de saúde, segurança, lazer, cultura, arquitetura histórica preservada, gastronomia, bebidas de qualidade, sistemas de transporte público, rodovias, ferrovias e aerovias, navegação de cabotagem e turismo.
Guernica de Picasso que estampa os horrores da Guerra Civil Espanhola está em Madrid. A Colheita de Van Gogh que retrata a fartura está em Amsterdam. Os dois lados da vida...
Existem corrupção politica, negociatas, fraudes e grandes assaltos na Europa. Existe violência doméstica. Sim, existe tudo isto. Mas existe um sistema judiciário que pune a todos.
Pois bem, voltemos ao Brasil e ao bichinho da morte. O Corona vírus não é tão letal quanto foram as duas guerras mundiais. Não é tão feio quanto foram as imagens daquelas guerras. Não será mais trágico do que Nagasaki ou Hiroshima.
O Brasil elegeu um novo presidente em 2018, depois de passar a limpo uma parte da sua História. Diversos membros de partidos políticos saquearam empresas públicas em consórcio com empresas privadas. A operação Lava a Jato mostra isto. A elite saqueou o povo.
Quem é a elite? São os que governam ou governaram, julgam ou julgaram, legislam ou legislaram. Parte desta elite, aliada a setores empresariais, é podre. Diria até que parte da mídia também é podre. Os donos do Capital formam as elites e pagam seus representantes políticos.
O Brasil não sofreu guerras, nem grandes catástrofes ou mortandades. Sofreu ditaduras. Sofreu.
De repente aparece o Corona vírus em escala mundial e chega ao país. Instala-se no Palácio do Planalto e no Congresso Nacional.
Começa seu ataque pelas elites. Numa rapidez fulminante o governo monta um gabinete de guerra elogiável, cria-se em 48 horas um sistema de votação à distância para aprovação senatorial da situação de calamidade pública e a mídia bombardeia com as medidas dos governadores.
O bichinho da morte pode estar em qualquer lugar, inclusive no centro do poder.
Quando ocorre uma tragédia como em Brumadinho - MG, fazem sobrevoos, batem fotografias e liberam alguma verba pública.
É o que a elite pode fazer. E o povo que fique entregue à sua própria sorte. Até hoje procuram pelos corpos...
O ministro da economia anuncia uma ajuda de R$ 200 reais por mês para os “autônomos” que ficarão sem renda durante a crise.
Ele mesmo admite, são 38 milhões de autônomos mais 11 milhões de desempregados. Temos quase 50 milhões de brasileiros a ver os navios da elite. Isto é um quarto da população.
E são estes autônomos que movimentam a base da economia, como já vimos anteriormente. A indústria não reagirá se não houver compradores. E os compradores surgem com os autônomos.
Mesmo o setor público poderá sofrer revezes salariais. Isto aumenta a dificuldade da recuperação econômica.
Nós perdemos o ano de 2019, inteiro, para aprovar um regime de previdência que tirou de quem já teria pouco para ter menos ainda.
Os juros, amortização, rolagem e despesas financeiras da dívida pública consomem 50,7% do orçamento de 2020. Ou seja, a metade. A elite retirou dinheiro da previdência para poder honrar a dívida pública e a banca. As carreiras de Estado continuam com seus regimes integrais, mas quem paga a previdência deles é o trabalhador autônomo, esse que vai receber R$ 200 reais na crise.
Voltando ao ministro Mandetta, espero que a reflexão seja mais intensa nas elites, pois se não for por compaixão, será por compulsoriedade.
Pois se o sistema quebrar ou quando quebrar, os que mais perdem são os que mais têm. As elites!