terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

sábado, 18 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

In small drops





Na beira da Lagoa

Marcos Bayer

Tuas águas tocam meu corpo

Tuas ondas me fazem absorto

Tu já foste promessa divina

Mulher cristalina

Rosa negra do prazer

Azul fui teu ser

Meu sonho foi tua salvação

Meu riso tua satisfação

Meu corpo tua aflição

E tu dizias: Como é tão bom...

Tu sabias do meu tom...

Do meu som...

Era tudo mato, nato, fato e ato...

Era um pedaço da perfeição

Uma alucinação

Disposição e dor

Bendição e amor

Os pragmáticos



Os pragmáticos

Marcos Bayer

Eles não são poéticos, nem políticos e não sentem paixão.

Os pragmáticos são racionais, especialistas e, quase sempre, vazios. Aprenderam que o comportamento humano mais apropriado é o “focado”. É difícil imaginar uma pessoa criativa com “foco”. O foco elimina outras visões, outras formas, outras possibilidades e dimensões.

Leio no blog do Herbert que a Pepsico vai cortar 8.700 postos de trabalho que representam apenas 3% do quadro geral de empregados, para investir mais no marketing e na promoção das suas marcas. No entanto, sua rentabilidade cresceu em 11%, atingindo 20,2 bilhões de dólares.

Se a pretensão é crescer e vender mais, ou vão precisar de gente ou de automatização.

Este é o mundo “focado” do início do século 21. As pessoas comemoram resultados e não mais realizações. Interessam os números da contabilidade, não a quantidade de gente trabalhando. Gente é uma “coisa” complicada.

Gente pensa e tem opinião, tem vontade, direitos e obrigações. Gente custa...

Aí, nesta orgia mecânica-cyber-comportamental as pessoas vão se transformando em bestas sadias e “saradas”, cujo objetivo existencial é o “foco”.

As mulheres antes de abrirem as pernas fazem um desejo inconsciente: “Eu quero uma joia do Buccellati”. Muitas é verdade, nem sabem do que se trata o desejo. Os homens “focados” só pensam naquilo. Assim, numa conversa de surdos e mudos, todos procuram o foco que se desfaz em seguida.

Em primeiro lugar o sucesso financeiro. Não importa se num acordo com o poder público, se numa trapaça oficial ou num logro qualquer. Dinheiro é muito bom, dependendo da forma como se obtém. Agora dizem que dinheiro é energia. Antigamente era apenas o lucro de uma operação ou a soma dos esforços realizados.

Tem gente que não dá mais esmola para evitar o racionamento.

Neste mundo pragmático, o complexo passa a ser admirado porque não é compreendido.

E o simples, porque síntese e pleno, é considerado ingênuo e desnecessário.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012