terça-feira, 13 de maio de 2014

Sociedade por quotas de responsabilidade limitada





Sociedade por quotas de responsabilidade limitada

Marcos Bayer

Todos leram, nos diversos jornais, que nos dois primeiros anos de governo Colombo/Pinho Moreira (2011/2012) nada faziam porque estavam conhecendo a máquina administrativa. Mentira serrana. A máquina era a mesma que LHS havia gerido entre 2003 e 2010, em seus dois mandatos, e o PMDB continuava no processo. O que não havia era dinheiro para o Colombo gastar. Além da escassez financeira, acabaram os privilégios das alíquotas de importação que premiavam alguns estados, entre eles Santa Catarina. Um artifício fiscal montado pelo Aldo Hey Neto, o mago das finanças de LHS, preso pela Polícia Federal por práticas criminosas em outubro de 2006, durante as eleições.
Quando a fonte secou, houve intensa mobilização política para compensar a receita perdida, surgindo neste novo cenário um empréstimo de R$ 10 bilhões de reais, conhecido pelo simpático nome de Pacto por SC.
Com o Pacto da Dilma, salivas voltaram às bocas secas e Colombo jurou fidelidade à Presidenta. Jura ainda hoje. Até quando?
Veio então o segundo momento do Pacto por SC: Como e com quem gastá-lo?
As respostas adequadas poderiam garantir a reeleição de Raimundo Colombo, o governante das conversas afáveis e amistosas, como ele mesmo se auto define.
Afora isto, o Tesouro do Estado terá outros negócios para realizar, entre os quais o pagamento dos precatórios, a questão dos benefícios dos inativos, as finanças da INVESC.
É preciso então, muita coesão, uma coligação silenciosa e operante para validar decisões de amplitude notável.
Assim, fez-se necessário o afastamento de Esperidião Amin das decisões de proa, visto que ele poderá questionar a licitude de certos procedimentos.
Com apoio de Raimundo, membros do PP roem o partido por dentro, enquanto LHS veta por fora. O alvo, no dizer do senador de Joinville, é acabar com o único animal que ressuscita: o animal político.
Eu ainda não havia visto uma coalizão política, em SC, tão decidida a calar vozes dissonantes.
O cenário atual impõe ao PSDB estadual e ao ex-governador Esperidião Amin a construção de uma barreira política que impeça mais quatro anos de negócios por toda Santa Catarina.
Sindicatos, personalidades, a imprensa livre, estudantes e a população em geral precisam ser esclarecidos, didaticamente, do grande acordo que pretendem celebrar para desmoralizar, em definitivo, a política estadual.
A parte menor do PMDB, e nem por isto menos ativa, o PT reunido à volta de Vignatti e até o PSOL precisam compreender o tamanho da sociedade por quotas de responsabilidade limitada que está prestes a nascer...