No inicio da década de 80, algumas vozes em Washington, sussurram ao poder republicano que estava na hora de desregulamentar a economia. Quanto mais liberalizada ela estivesse, mais riqueza produziria. O mercado saberia guiar a humanidade. O Estado estava ultrapassado e obsoleto. A iniciativa privada, ágil por natureza, acreditou na tese. Começou, então, a montagem de uma grande engrenagem de mercados futuros e títulos derivativos, cuja finitude se perdia no horizonte. Quando começou a emperrar, quebrando alguns bancos depositários destas maravilhosas incertezas, o velho e criticado Estado foi chamado, às pressas, para depositar U$ 850 bilhões no sistema, a fim de dar tranqüilidade ao capitalismo do século 21.
Esta crise passará por que é, ainda, apenas financeira.
A verdadeira crise, em plena formação, aparecerá um pouco mais à frente. Quando nos dermos conta de que: (1) o planeta em que vivemos não cresce em tamanho, (2) a população mundial continua crescente, (3) o estoque dos recursos naturais é decrescente e (4) a poluição continua a crescer. Ou seja, haverá limites físicos para a expansão da produção, caso continuemos neste ritmo.
Diz-se que a iniciativa privada é mais eficiente do que o Estado. Ela é apenas mais ágil, inclusive nas formas de corromper...
Quando a situação estrangula e o pânico se instala, é sempre ao velho e carcomido Estado que se vai pedir ajuda. Por uma razão muito simples: ele é a maior conquista da civilização desde 1789...
terça-feira, 7 de outubro de 2008
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