The look of love around the world
Marcos Bayer
De todas as sensações humanas, nenhuma maior do que a do amor. Inebriante desejo que atrai e devolve, como um imã invisível, a necessidade de reunião como na mitologia grega, onde um passou a ser dois para voltar a ser um. Eternamente...
Em seu nome, passageiro ou permanente, a vida gira e cantam as almas, sejam elas como forem, sedentas da experiência humana. Ele vem de várias formas, silencioso ou estridente, anônimo ou identificado, intenso ou suave.
Não é possível explicar, represar ou banir. O amor é força incontrolável.
Ele começa na escola, quando meninos e meninas se entre olham e elegem seus diletos, sem saber o motivo. Na adolescência ele se instala para conduzir as descobertas da sexualidade. Depois, ele é a base para a procriação e, consequentemente, para a continuidade da espécie. E aí, aparentemente, ele ficará contido no casamento, deslizando pelos anos até o momento final.
Ou, de maneira alucinante, ele vem e bate à porta, entra e diz: Estou aqui mais uma vez para saber o que sou e o que posso significar. E, quando correspondido, move todos os obstáculos para que possa acontecer e corporificar.
Ele acontece na pequena vila nos arredores de Saigon, no lado proibido de Berlin, na esquina noturna de São Paulo, na praia da Joaquina, no Central Park de Nova York ou nas ruas de Paris. Ele acontece em todo lugar, por todo o mundo. Pode ser numa tarde chuvosa e fria de inverno ou numa manhã ensolarada de verão.
Ele vem sempre, mesmo no final da estrada da vida. Ele é um fazedor de encontros, um descobridor de essências, um provedor de prazer. Inesperadamente ele diz: Canta, canta mais alto que eu quero ouvir...
E assim ele segue, através dos tempos, acompanha o Homem e molda sua História.
Quantas Cleópatras não dividiram Roma? Quantas Helenas não queimaram Tróia? Quantas delas, em nome dele, não escreveram as mais belas páginas da história humana?
Ao partir, e todos partiremos de alguma forma, quase nada levaremos. Talvez, apenas o amor, da forma que for, com ou sem dor...
Assim, feliz daquele que puder dizer: There is no other Troy for me to burn...
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