War Games
Marcos Bayer
Todos os jornais e televisões do mundo estão noticiando, hoje, aspectos do ataque às duas torres gêmeas, World Trade Center, em Nova York, em 11 de Setembro de 2001.
E as manifestações normalmente são de solidariedade ao povo e ao governo norte-americano.
No outro lado, a execração de Osama Bin Laden, um saudita que já havia sido aliado do exército americano no combate aos russos dentro do território afegão.
O comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor, na edição conhecida por JG, a última do dia, diz que Bin Laden conseguiu, em 10 anos, seu objetivo: Arruinar a América. Explica que em razão do pânico instalado foi forçada a construção de um sistema de defesa interna e externa, milionário, provocador de déficits públicos cujos resultados vimos recentemente. Uma dívida interna de R$ 16 trilhões equivalente ao seu PIB.
Mas, vamos deixar os números de lado e lembrar outros acontecimentos.
A invasão do Iraque governado pelo Saddam Hussein, em Março de 2003, sob a justificativa anunciada por George Bush de que era necessário encontrar as tais armas iraquianas de destruição em massa resultou em que? Mais de 100 mil civis mortos.
As duas bombas atômicas, em Agosto de 1945, lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, mataram quantos? Estimativas giram em torno de 200 mil pessoas.
Havia necessidade de explodir duas bombas lá no distante Japão? Ele já não estava praticamente rendido? Se fosse necessário dar uma demonstração de força apresentando um novo artefato de guerra, a explosão nuclear, por que não em solo europeu? Somente porque Hitler já estava morto em Maio de 1945?
Eles sabiam quais seriam as consequências após a explosão? Quais as contaminações derivadas?
E os atos de Ariel Sharon, entre 2001 e 2006, contra a Palestina? E o muro de 760 km que construíram para definir as terras que dizem ser suas?
Todos comemoraram a queda do Muro de Berlim, em 1989, promovendo a integração entre os povos europeus, o fim das economias centralizadas e a liberdade de expressão.
O que diz a mídia sobre o Muro de Israel?
O que aconteceu em 11 de Setembro de 2001 foi apenas mais um acerto de contas.
O que não sabíamos é que ali começaria o fim da hegemonia norte americana e uma nova ordem na segurança mundial.
O que o professor Zygmunt Bauman observa como uma troca da liberdade individual por segurança coletiva, pelo menos nos EEUU e na Europa.
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