Sociedade por
quotas de responsabilidade limitada
Marcos Bayer
Todos leram, nos diversos jornais, que nos dois
primeiros anos de governo Colombo/Pinho Moreira (2011/2012) nada faziam porque
estavam conhecendo a máquina administrativa. Mentira serrana. A máquina era a
mesma que LHS havia gerido entre 2003 e 2010, em seus dois mandatos, e o PMDB
continuava no processo. O que não havia era dinheiro para o Colombo gastar.
Além da escassez financeira, acabaram os privilégios das alíquotas de
importação que premiavam alguns estados, entre eles Santa Catarina. Um
artifício fiscal montado pelo Aldo Hey Neto, o mago das finanças de LHS, preso
pela Polícia Federal por práticas criminosas em outubro de 2006, durante as
eleições.
Quando a fonte secou, houve intensa mobilização
política para compensar a receita perdida, surgindo neste novo cenário um
empréstimo de R$ 10 bilhões de reais, conhecido pelo simpático nome de Pacto
por SC.
Com o Pacto da Dilma, salivas voltaram às
bocas secas e Colombo jurou fidelidade à Presidenta. Jura ainda hoje. Até
quando?
Veio então o segundo momento do Pacto por SC: Como e com
quem gastá-lo?
As respostas adequadas poderiam garantir a reeleição
de Raimundo Colombo, o governante das conversas afáveis e amistosas, como ele
mesmo se auto define.
Afora isto, o Tesouro do Estado terá outros negócios
para realizar, entre os quais o pagamento dos precatórios, a questão dos
benefícios dos inativos, as finanças da INVESC.
É preciso então, muita coesão, uma coligação
silenciosa e operante para validar decisões de amplitude notável.
Assim, fez-se necessário o afastamento de Esperidião
Amin das decisões de proa, visto que ele poderá questionar a licitude de certos
procedimentos.
Com apoio de Raimundo, membros do PP roem o partido
por dentro, enquanto LHS veta por fora. O alvo, no dizer do senador de
Joinville, é acabar com o único animal que ressuscita: o animal político.
Eu ainda não havia visto uma coalizão política, em SC,
tão decidida a calar vozes dissonantes.
O cenário atual impõe ao PSDB estadual e ao
ex-governador Esperidião Amin a construção de uma barreira política que impeça
mais quatro anos de negócios por toda Santa Catarina.
Sindicatos, personalidades, a imprensa livre,
estudantes e a população em geral precisam ser esclarecidos, didaticamente, do
grande acordo que pretendem celebrar para desmoralizar, em definitivo, a
política estadual.
A parte menor do PMDB, e nem por isto menos ativa, o
PT reunido à volta de Vignatti e até o PSOL precisam compreender o tamanho da
sociedade por quotas de responsabilidade limitada que está prestes a nascer...
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