Estranhas Memórias (II) em Abril de
2013.
(Marcos Bayer)
E a onda
bateu e voltou…
A onda que se formou no pós-guerra de 1945, foi uma onda de completa reavaliação da vida humana associada. A Renascença Italiana, 500 anos antes, impondo uma reflexão no Ocidente sobre o fim das trevas e o início das grandes navegações e dos novos mundos recém-descobertos: As Américas do Norte, Central e do Sul.
Na segunda metade do século XX, nasceu a geração mais livre e mais crítica da história humana. Uma geração que questionou com Erich Von Daniken se os deuses eram astronautas. A geração que ouviu de John Lennon a frase: Somos mais famosos do que Jesus Cristo. Uma geração que ousou, quebrou regras, paradigmas, mudou hábitos, ensinou o diálogo com os pais, perguntou onde vamos colocar nosso lixo – até então lançado em qualquer matagal – como vamos morar uns em cima dos outros, pois os edifícios eram fenômeno mundial havia 30 ou 40 anos... Quais roupas usaremos? E que sociedade queremos? (uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais). Que educação necessitamos?
Em Paris a
manifestação dos estudantes em Maio de 1968, aqui a Tropicália, nos EEUU os
protestos contra a guerra no Vietnã. Glauber Rocha e o cinema novo. Hair e
Jesus Christ Super Star. O perigo na guerra nuclear no Hemisfério Norte, Luiz
Gonzaga em Asa Branca no Hemisfério Sul.
Ernesto Geisel e o trem bala do Japão. Mortes e torturas pelas idéias. Chico Buarque canta Reconstrução. Caetano fala da piscina, margarina, da Carolina, da gasolina… Eu vou ao Baturité e depois na Kizumba ouvir George Benson cantar Lady Blue. “When you show me a different side… Because I love you more and more…”. Uma geração libertária que queria um mundo melhor. Em 1981, o Senador Ted Kennedy discursava nos jardins da University of Southern California e pedia aos governos, americano e soviético, o: Nuclear Freeze.
Ernesto Geisel e o trem bala do Japão. Mortes e torturas pelas idéias. Chico Buarque canta Reconstrução. Caetano fala da piscina, margarina, da Carolina, da gasolina… Eu vou ao Baturité e depois na Kizumba ouvir George Benson cantar Lady Blue. “When you show me a different side… Because I love you more and more…”. Uma geração libertária que queria um mundo melhor. Em 1981, o Senador Ted Kennedy discursava nos jardins da University of Southern California e pedia aos governos, americano e soviético, o: Nuclear Freeze.
Aqui, em
1984, dignos senadores organizavam o movimento político das Diretas Já.
O Brasil começa a viver a abertura política...
O Brasil começa a viver a abertura política...
Às drogas da
década anterior, a maconha e o álcool, especialmente, são adicionados os
barbitúricos e a cocaína. Depois vem o ecstasy e o crack final. Tudo fica punk.
Um sonho de paz e amor, do tamanho de uma geração, santa geração, é substituído pelo pragmatismo econômico que vem com a queda do Muro de Berlin, 1989, e com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Garotos focados (não sabem no que), ternos iguais com gravatas sem cor, botões fechados próximos aos pescoços, executivos sem sonhos coletivos que aprendem a roubar desde cedo.
Mobilidade urbana, modais, gestão otimizada, sushi & sashimi, kite surf e narguilé. É muito pouco em troca de uma liberdade que não terminava no horizonte, de um velho calção de banho, de um dia para vadiar, de um mar que não tem tamanho e de um arco-íris no ar… Canta Vinícius teu lindo mar de Itapoã, falar de amor Itapoã…
Sociedade de criatividade escassa, talentos represados, contidos nas magníficas telas de PC. Diferente da bárbara bela tela de TV que cantava Gilberto Gil.
Genética, profética, cibernética civilização. A cada dia me despeço da vida. É muita coisa para guardar dentro do meu eterno peito juvenil…
E a consciência da minha finitude estrangula minha garganta.
Logo ela que tanto bradou!!!
The end...
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