terça-feira, 25 de setembro de 2007

O sentido da existência

Supridas ou não as necessidades materiais, todos procuramos um sentido para a existência. Alguns o encontram na construção da riqueza, outros no exercício da caridade, no amor ou até mesmo na criminalidade. Em alguns casos, em mais de uma dimensão, simultaneamente. Afinal, o ser humano é holístico.
O peso da existência é, sem dúvida, o fardo maior de cada ser humano. Encontrar seu sentido, em contrapartida, é experimentar a maior das alegrias: o alívio de viver. Porém, somente no exercício do trabalho, nós podemos encontrar este sentido necessário e vital.
Paradoxalmente, vivemos na era pós-industrial um retrocesso moral e ético sobre o sentido de nossas existências.
Do ponto de vista ambiental somos uma população crescente que degrada o meio ambiente ao invés de usufruí-lo adequadamente. As grandes cidades, produtos resultantes da revolução industrial, são cânceres urbanos sem possibilidade de cura. Bolsões de pobreza e de criminalidade nelas incrustados são fenômenos irreversíveis na chamada evolução humana.
Do ponto de vista da ocupação remunerada, o trabalho, temos sido incompetentes para abrigar todos os que precisam garantir a sobrevivência.

Natureza e trabalho são, portanto, as duas grandes preocupações do século XXI.

Não podemos, ainda, dizer que sem equacionar estas duas variáveis teremos um planeta inviável. Não conhecemos nossa capacidade de suportar ambientes insanos e massas de desempregados, tirando uns dos outros, espaços saneados e bens de sobrevivência, entre eles, a água potável.
Sabemos, porém, que o sentido de nossa existência está inexoravelmente lastreado no trabalho e sanidade ambiental.

A solução para este impasse talvez possa surgir do reordenamento moral e ético das pequenas cidades, que incorporariam os recursos da tecnologia mais atualizada e reconstruiriam, pelo exercício da política, um cenário de absorção para todos os que têm o direito de trabalhar.
Mais do que as religiões que são formas de compreensão do fenômeno humano, de aceitação da dor e de abnegação, o trabalho é a fonte da libertação, do desenvolvimento emocional e da união entre os homens. Somente o trabalho organiza e mantém a sociedade.

Depois de aproximadamente 10 mil anos de sobrevivência baseada na agricultura, 200 anos apenas de revolução industrial, parece ter chegada hora da revolução ambiental. Com ela a humanidade encontraria trabalho para todos e curaria a Terra de suas chagas. Conseguiríamos, duplamente, dar um sentido às nossas existências.

Nenhum comentário: