sábado, 7 de agosto de 2010

Trina e Alegoria

Não tenho nenhuma formação teológica para escrever sobre o tema. Apenas o aprendizado em colégios jesuíta e salesiano. Afora isto, algumas leituras e observações. Nada mais… No entanto, revendo uma das edições do clássico “O Poderoso Chefão”, filme de Francis Ford Coppola, com Al Pacino na condição de protagonista, sobre a máfia, refleti.

Sabemos que há um Deus/Natureza que cria e molda as diferentes formas de vida. Que há o espírito que preside a vida de cada e um de nós. E, finalmente, um filho, Jesus Cristo, um exemplo, para muitos, de conduta humana. Esta é a síntese da Igreja Católica, uma das religiões dos humanos: A Santíssima Trindade. Não quero discutir e nem posso, a validade da Trina. Mas, sua alegoria. Nenhuma outra religião tem tanta força e criativa simbologia quanto o catolicismo.

Ao longo dos séculos, os prédios das igrejas católicas, verdadeiras maravilhas arquitetônicas, proliferam pelo mundo. Obras de arte como esculturas, pinturas, livros, filmes, cânticos e músicas. Da Capela Sistina em Roma a Notre Dame em Paris, passando pela Catedral em Brasília de Oscar Niemayer… De Leonardo da Vinci a Caravaggio. Da Bíblia a peça teatral Jesus Christ Superstar… Como pode uma seita ter uma alegoria tão marcante e numa escala planetária? É o exemplo de vida, pouco conhecida, do filho de Deus? É um código de conduta bem elaborado? É uma organização eficiente e bem administrada? É o medo do pecado e da culpa? É a Santa Inquisição ou são As Cruzadas? Ou, ainda, as indulgências? O que faz do catolicismo e de sua Igreja a maior e mais criativa das alegorias da raça humana?

Não saberia explicar e se tentasse, teria inúmeras alternativas… O que percebo é que o ser humano em geral e alguns em particular, têm uma capacidade fantástica para construir esta alegoria. Pode ser um clip da cantora Madonna ou um filme do Pier Paolo Pasolini… E o mais incrível é que a Igreja Católica tem uma explicação quase pueril para a origem do Homem. No entanto, paralelamente à sua criação, estabeleceu uma sanção para a desobediência… Logo, pecado e perdão são duas instituições basilares na mente humana… No reino animal, na doma, não é o mesmo? Ao acerto uma recompensa e ao desvio uma punição… Teriam os organizadores da Santa Igreja observado o comportamento dos animais para moldarem a conduta dos homens? Ou é apenas a força da alegoria?

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