Nest of Cats
Marcos Bayer
Ninho de gatos é o espaço físico onde cabem todos os
felinos recém-paridos e mais alguns, se necessário. Assim está a política
catarinense, um ninho de gatos, talvez um balaio deles.
Em 2014 temos possíveis composições, já especuladas,
entre PMDB – PSD – PSDB ou PT e ou PP.
Se a Dilma presidente mantiver os níveis de aprovação
popular, aqui em Santa Catarina terá o apoio do PMDB, do PSD (criado para
apoiar o PT), talvez do PP e outros menudos. O PT indica o candidato ao Senado
e entra neste grupo, conforme já declarou LHS, tendo em vista as semelhanças
que existem entre estes partidos. Especialmente as identidades, agora
comprovadas na Ação Penal 470 do STF, entre PSD e PT. Não se pode mais dizer
que estes partidos são opostos e divergentes em relação ao manuseio do dinheiro
público.
O José Dirceu é tão semelhante ao José Agripino Maia
quanto são dois angorás brancos.
Na outra ponta é possível que o PSDB corra em palanque
próprio para dar voz ao FHC/Aécio Neves. Neste caso, a vaga ao Senado Federal
nesta chapa para ser uma “blue chip”, como se diz no mercado acionário. Quem
nela estiver corre contra a Ideli Salvatti. E sendo um candidato/a sólido, leva
a cadeira senatorial.
Bom lembrar que esta geleia geral barriga-verde tem origem
na liderança de Esperidião Amin. Eleito governador em 1982, apoiou o movimento
das eleições diretas, armando o palanque em SC, aproximou-se de Jaison Barreto
e Leonel Brizola em 1985, perdeu em 1986, ganhou em 1988 (PMF) e 1990 (Senado)
e ganhou novamente em 1996 (Ângela Amin na PMF) e 1998 (Governo Estadual).
Tornou-se uma ameaça para os dois lados do forte bipartidarismo local. Ganhou
em 2000 (Ângela Amin na PMF). Perdeu sua própria sucessão em 2002. Perderam em
2004. Em 2006 perdeu para os dois lados então unidos, PMDB e PFL. Perdeu em
2010 da mesma forma, com Ângela Amin, mas elegeu-se deputado federal.
Seu partido, afora algumas traições, foi buscar abrigo
no lado de lá...
A primeira conclusão é que as forças políticas não
admitem uma liderança isolada e “fechada”. Querem o consórcio do poder, como
agora.
Para finalizar um pequeno comentário sobre a PMF, a
FLORAM e a Ponta do Coral.
Depois do choque que a cidade viveu, ao saber da
indicação do ex-desembargador Volnei Ivo Carlin, membro de um escritório da
advocacia especializado em direito ambiental que presta serviços a empresa
interessada na obra, surge a hipótese de que o prefeito não quer a obra
pretendida. Primeiro, porque ela será o negócio da década, algo em torno de R$
340 milhões de reais. Segundo, porque o magistrado sabe que a competência para
aterrar ou autorizar aterro é a União. E os acréscimos assim chamados, são
propriedade da União ou do Estado, desde que para construção ou uso público. E
todos sabem que no caso pretendido, um aterro de 35 mil m2, que somados aos 15
mil m2 atuais, serão para viabilizar o hotel. Mesmo que na área aterrada sejam
construídas praças, vias de acesso e outras. O aterro só tem uma finalidade:
Dar valor pecuniário ao terreno como está. Simultaneamente, viabilizar o
empreendimento.
Seria como dar a cada cidadão que mora à beira d’água
o direito de aterrar, para expandir sua propriedade e construir uma pousadinha
de verão.
Um escritório de advocacia competente na matéria
ambiental, um magistrado experiente e um cego, conseguem ver o significado da
pretensão sobre a Ponta do Coral.
E com a nomeação do candidato derrotado nas eleições
municipais para a FATMA, indicação patrocinada pelo vice-governador, as
licenças ambientais deverão ser mais rigorosas. Tanto quanto serão na FLORAM.
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