sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

É na arena política...





É na arena política...

Marcos Bayer

Nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal haverá o embate político. E neles acontecerá a discussão política do “impeachment”.
O “impeachment” é uma instituição norte – americana.
Foi concebido pela democracia presidencialista mais sólida da História.
Richard Nixon sofreu o “impeachment” no Congresso dos Estados Unidos da America porque mandou espionar a sede do Partido Democrata no Edifício Watergate... Aliás, renunciou antes da imposição do “impeachment”.
Não está escrito na Constituição dos Estados Unidos da America que é crime espionar a sede de partidos políticos. Não, não está...
Mas, um presidente após o juramento de governar respeitando as leis e a constituição não pode mentir sobre coisa pública...
Bastou a mentira para que os dois jornalistas do Washington Post levassem o caso Watergate às ruas e deu no que deu.
Os brilhantes jornalistas Bob Woodward and Carl Bernstein foram os heróis do caso.
No Brasil, agora, nossos heróis são o Juiz Moro e os promotores federais de Curitiba que, junto com a Polícia Federal, iniciaram a Operação Lava a Jato, palco do início desta grande tragédia nacional.
O Brasil está sendo exposto pelas suas tripas ao mundo.
Vísceras apodrecidas pelas práticas sorrateiras “daszelites” com ampliação do pessoal “de esquerda” desta nação espoliada desde sempre.
É um dos momentos mais salutares da jovem democracia brasileira. Senão for o maior.
Heróis bandidos fazem o trabalho “sujo” sobre a sujeira de outros heróis bandidos.
Pena que o nosso Senado não é mais palco de eloqüentes homens de Estado. Agora é composto por homens das estatais.
O Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição, cumpriu seu papel. Foi provocado e decidiu sobre um roteiro atualizado do processo de impedimento presidencial.
Não vamos entrar nas minudências dos votos de seus membros.
A arena agora é política. E a população usando as redes sociais e os aplicativos tecnológicos, pode sair às ruas e dizer o que quer.
A classe política, ainda que contaminada pelas gentilezas pecuniárias dos recursos financeiros do Tesouro Nacional, terá que ouvir e se subordinar ao grito popular.
O país avança sobre o Congresso Nacional.
Ainda não somos e não seremos uma “Venezuela”.
Somos maiores do que Veneza. Somos a Roma tropical.
Nosso amadurecimento político se consolida por estas duas experiências recentes: “mensaleiros” e “petroleiros”.
A República está podre. Mas, ela é maior do que a podridão.
O povo brasileiro sabe e saberá encaminhar a votação que ocorrerá no Senado Federal.
E sairemos melhores e mais democratas desta nova experiência institucional.
Podem apostar em baixo da figueira da Praça XV de Novembro, na Capital.






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