Lord
Bertrand Russel e a política Macunaíma.
Marcos
Bayer
Perguntado sobre que legado gostaria de deixar para
seus sucessores, respondeu: Duas coisas. Uma de ordem Intelectual e outra de
ordem moral. Intelectualmente, sugeriu: Quando estiverem estudando algum assunto
perguntem a si quais são os fatos e o que eles revelam. Nada mais. Não se deixe
arrastar para fora dos fatos.
O Congresso Nacional acaba de aprovar com pompa e
circunstância um crédito de R$ 250 bilhões de reais para o governo Bolsonaro.
Onde o governo vai buscar este dinheiro? No mercado, supõe-se. Qual será o
prêmio para a captação e qual a taxa de juros para a remuneração?
Quem faz a operação? O BACEN diretamente ou através de
corretoras de valores? Quem são os donos das corretoras?
A imprensa em geral, por descuido ou má fé, sequer
analisa que mais três operações destas, em 2020, 2021 e 2022, somarão R$ 1
trilhão de reais.
A mesma quantia que o ministro Paulo Guedes quer
poupar com a reforma da providência em 10 anos.
Afora isto, temos um comprometimento do Orçamento
Nacional com a dívida pública muito interessante. O valor dela, para 2019, soma R$
1,424 trilhão de reais. Sendo que o refinanciamento é da ordem de R$
758,7 bilhões, amortização efetiva de R$ 287,3 bilhões e pagamento de juros no
total de R$ 378,9 bilhões. Ou seja, os R$ 250 bilhões aprovados nesta
semana não são suficientes nem para pagar os juros da dívida pública.
O PIB nacional, Produto Interno Bruto, a soma do que
os brasileiros produzem no ano, está estimado em R$ 7,43 trilhões de reais.
Os números mostram: Produziremos 7,43 unidades
monetárias e devemos 1,42 unidades monetárias. Devemos 20% do que produzimos.
No orçamento de 2018, executado e pago, gastamos 40,66%
com a amortização e juros da dívida. E com a previdência social gastamos 24,48%.
Na agricultura, só para comparar, gastamos 0,61%
do Orçamento Nacional.
É como alguém que ganha um salário de R$ 1.000,00
reais e gasta R$ 400,00 reais com dívidas. Isto é o povo brasileiro. E na
classe média, quem ganhasse R$ 10 mil reais e gastasse R$ 4 mil com juros.
A segunda lição de
Lord Russel, é: Love is wise and hate is foolish. O amor é sábio e o ódio é tolo. No mundo
interconectado temos que aprender a tolerar uns aos outros.
Mas, a pergunta de devemos fazer é: Como conviver com
uma classe política que governa para si e não para o povo?
Se com Juscelino Kubitschek – nosso JK – amigo de
Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Tom Jobim, Vinicius de Morais, com um ministério
de gala, com um plano de fazer 50 anos em 5, com Brasília e muito
mais, já foi difícil, imaginem agora. Até os CIEPS do Brizola conseguiram
sabotar.
Vocês verão na aprovação da reforma da previdência,
mais um engodo nacional.
As corporações manterão seus “direitos” e o povo
continuará pagando a conta. O Brasil não se constrói como nação, porque é mal
educado, mal tratado e mal representado. Os que chegam lá no topo, corrompidos
ou não, com raras exceções, trabalham para o país. O resto faz figuração...
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