Por Marcos Bayer & Sérgio Rubim
É muito fácil falar do homem, suas vontades, suas
necessidades e a escassez.
Desde o começo sabíamos que não haveria tudo para todos. Tanto do ponto de vista religioso, da Igreja Católica Romana, quando expulsou Adão e Eva do Paraíso, acabando com a aposentadoria vitalícia, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos. Nas outras áreas e civilizações, a noção de fartura/escassez sempre esteve presente. Também, importante salientar que a ideia de fartura e felicidade está associada com a ideia de quantidade material. E entre uma reflexão filosófica e uma percepção budista vivemos para acumular e suprir nossas necessidades. Quando sobra, nossas vontades. Com o advento da Revolução Industrial imaginou-se a produção total e ilimitada, fornecendo tudo a todos. Com esta possibilidade teórica, surgem Adam Smith, Karl Marx, John Maynard Keynes e outros que aprofundam a discussão entre livre mercado e economia planejada. Entre capitalismo, socialismo e social democracia.
A direita representou os interesses de quem tinha e queria mais. A esquerda, por sua vez, os interesses de quem não tinha e precisava de mais. No melhor estilo Robin Hood, tirar dos que tinham e dar aos que não tinham, sempre foi tarefa heroica, generosa e romântica.
A esquerda foi assim, impregnada de heróis generosos e românticos...
A classe artística, porque menos abastada, em geral, sempre esteve mais na esquerda. Na direita, a classe produtiva. Os donos do capital que pagam salários baixos para os que fazem as coisas. A mais valia.
Num simples dizer: A esquerda era mais autônoma, produzia sobre o talento pessoal. A direita, organizava os talentos, pagava os custos e produzia de forma coletiva: carros, roupas, manteiga, ventiladores ou telefones.
Picasso dava as pinceladas geniais de Guernica, uma obra da esquerda.
O general Franco fez a guerra, uma obra da direita.
O gênio humano foi a esquerda. A construção humana, a direita...
Desde o começo sabíamos que não haveria tudo para todos. Tanto do ponto de vista religioso, da Igreja Católica Romana, quando expulsou Adão e Eva do Paraíso, acabando com a aposentadoria vitalícia, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos. Nas outras áreas e civilizações, a noção de fartura/escassez sempre esteve presente. Também, importante salientar que a ideia de fartura e felicidade está associada com a ideia de quantidade material. E entre uma reflexão filosófica e uma percepção budista vivemos para acumular e suprir nossas necessidades. Quando sobra, nossas vontades. Com o advento da Revolução Industrial imaginou-se a produção total e ilimitada, fornecendo tudo a todos. Com esta possibilidade teórica, surgem Adam Smith, Karl Marx, John Maynard Keynes e outros que aprofundam a discussão entre livre mercado e economia planejada. Entre capitalismo, socialismo e social democracia.
A direita representou os interesses de quem tinha e queria mais. A esquerda, por sua vez, os interesses de quem não tinha e precisava de mais. No melhor estilo Robin Hood, tirar dos que tinham e dar aos que não tinham, sempre foi tarefa heroica, generosa e romântica.
A esquerda foi assim, impregnada de heróis generosos e românticos...
A classe artística, porque menos abastada, em geral, sempre esteve mais na esquerda. Na direita, a classe produtiva. Os donos do capital que pagam salários baixos para os que fazem as coisas. A mais valia.
Num simples dizer: A esquerda era mais autônoma, produzia sobre o talento pessoal. A direita, organizava os talentos, pagava os custos e produzia de forma coletiva: carros, roupas, manteiga, ventiladores ou telefones.
Picasso dava as pinceladas geniais de Guernica, uma obra da esquerda.
O general Franco fez a guerra, uma obra da direita.
O gênio humano foi a esquerda. A construção humana, a direita...
Nesta aventura maravilhosa, a vida, cada um de
nós procura sua vocação. Somos induzidos à segurança aposentadorias
irredutíveis.
No caso brasileiro, com a constituição de 1988,
concursos públicos existem para o provimento de cargos e funções,
garantindo aos exitosos a tranquilidade da fartura material.
Outros preferem o risco da atividade privada,
suas recompensas e o reconhecimento público da obra realizada.
Até aí tudo muito justo, certo e aceitável.
Existem as regras e as pessoas se posicionam como querem diante delas.
O que ainda é difícil de aceitar, no caso
brasileiro, é esta mistura entre o público e o privado. Onde a classe
política faz negócios com o Poder Público sugando o dinheiro de todos para
beneficiar alguns.
Gostaríamos de oferecer o exemplo do novo
prédio do Tribunal de Contas, o chamado Palácio de Cristal, como exemplo
didático.
Enquanto prefeitos e administradores públicos
subordinados são scanneados na busca de irregularidades ou
fraudes, outros são protegidos pela mesma corte de contas.
Neste exato momento em que se organiza a
disputa política em Florianópolis, numa batalha entre Jorge Konder
Bornhausen e seu ex-afilhado Dário Berger, nos bons tempos do PFL, temos o
TCE como parte.
César, o representante dos Bornhausen, foi um
pequeno mecenas estadual. Liberou dinheiro para vários “atores” culturais
e em cima disto fez-se candidato. Gean, representante do Dário, assinou
documento que circula dentro do TCE afirmando que o contrato do show do
Andrea Bocelli, que não houve, foi cumprido integralmente. Ora, temos
então dois mecenas: O que libera a verba pública e o que afirma que
a verba foi gasta na forma contratual, mesmo sem o espetáculo.
Não sabemos se o TCE tomará posição antes da
eleição. Não sabemos se o TCE é público ou privado ou se político ou
técnico.
Nós, Sérgio Rubim e eu, ambos jornalistas, ele
sacrificado na carreira, eu distante dela porque o salário mal pagaria a
vida que pretendi ter, oferecemos a dúvida que nos toca aos membros do
Tribunal de Contas. Podem usá-la em congressos, teses, simpósios e outros.
Aqui e no exterior.
Se vendêssemos opinião, poderíamos trabalhar
numa estatal dessas, no próprio TCE, ganhar uns R$ 15 ou 20 mil por mês e
dar notícias “furadas” ou de acordo com a vontade do patrão. Não é o nosso
caso.
Temos opinião, gostamos da liberdade,
trabalhamos pela verdade possível e até sentimos suave prazer quando conseguimos
“estourar” alguma maracutaia contra o interesse
público.
No momento em que a primavera explode em
flores, em que os garapuvus surgem amarelos nos morros da Ilha, deixamos
esta reflexão aos eleitores.
Quem deve governar a cidade?
Ao final, pergunto: - Canga é isto? Que
vengam lós próximos toros, lós paños están rojos...
E o Canga responde: - Marcos, los
toros no ven el color... Lo rojo és para los ojos de los hombres, para
que el circo sea mejor...
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