Por Marcos Bayer
De repente um brasileiro negro, pobre, excluído - um pedaço do Brasil real - mostra sua força interior, seu caráter, supera dificuldades, estuda, trabalha e é selecionado Juiz de Direito. E de lá segue rumo ao Supremo Tribunal Federal. Joaquim Barbosa, didaticamente, mostra como se construiu uma quadrilha que governou e pretendia governar o Brasil por mais alguns anos. Substituindo outras, talvez...
Afora as sentenças que virão e, esperam-se, os respectivos cumprimentos, cabem algumas considerações históricas.
O mundo vive do lucro e dele se fez. Empreiteiros estão na História tanto quanto insetos na vida diária, desde o Egito antigo, todos sabemos. Por razões diversas, entre elas a descoberta das máquinas e do vapor como matriz energética, nasce com a chamada Revolução Industrial, uma teoria econômica, brilhantemente exposta, por Adam Smith, em sua Uma investigação nas causas e nas conseqüências da riqueza das nações, em 1776. Em 1789, na França, Paris é palco do nascimento do Estado moderno, com a divisão dos poderes monárquicos em três esferas, garantindo o inicio de um equilíbrio na vida social. Karl Marx, em 1848, de forma genial escreve seu O Capital e mostra os riscos da acumulação, da propriedade privada, de uma classe dominante e de uma eterna escravidão operária sempre disfarçada de alegóricas garantias trabalhistas.
Em 1917, fez-se na Rússia a Revolução Soviética, primeira experiência fática comunista
entre os homens. Afora as mortes por causas desconhecidas, a supressão das liberdades individuais e as opiniões silenciosas, fez-se lá algum progresso material, especialmente porque distribuído. O Ocidente levou um susto... Havia uma alternativa ao capitalismo puro.
Em 1929, com a crise da Bolsa de Valores em Wall Street, o inglês John
Maynard Keynes apresenta seus estudos à esposa do governador de Nova York,
senhora Eleanor. Franklin Delano Roosevelt toma o embrião da Teoria Geral
do Emprego, Juro e da Moeda aplica sob a forma do New Deal e tira os EEUU
da bancarrota. Vem a segunda guerra mundial, a bomba atômica e grande
arrancada industrial norte-americana.
Na divisão do mundo em 1945, quando da fundação da ONU, em São Francisco da Califórnia, criou-se a Cortina de Ferro. Ela começava dentro de Berlin e terminava em
qualquer ponto do planeta. Em 1949, o Chairman Mao Tsé Tung, toma o poder na China e implanta o comunismo dele.
Quando Fidel Castro, em 1959, toma o poder na Ilha de Cuba, junto com Che Guevara, passa a ser observado internacionalmente pela ousadia, pela capacidade revolucionária e pela tentativa de implantar um comunismo diferente do soviético. Um comunismo caribenho.
Foi muito difícil aos Estados Unidos engolir Fidel Castro. Mas, ele tinha duas grandes
referencias: a URSS e a China.
A Guerra Fria instalada, o mundo bipolar, a corrida para o espaço. Kennedy disse que
em menos de dez anos iria até a Lua. E foi em 1969. Os russos já haviam dado a volta na órbita da Terra, com o Sputnik, em 1957. Na Europa reconstruída da guerra pelo Plano Marshall, em 1957, em Roma, organiza-se o embrião da Comunidade Econômica Europeia - CEE, formada pela Itália, França, Alemanha e o chamado Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Metade da Europa capitalista. Outra metade comunista. Entre as duas partes, especialmente na Escandinávia (Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia) observa-se a construção de uma social democracia que mistura conceitos de Smith, Marx e Keynes.
O Reino Unido, a Alemanha, a Áustria e a Suíça interessaram-se pela ideia. Olof Palm
talvez tenha sido o expoente deste novo cenário na humanidade. Mais tarde, a partir de 1986, Portugal, Espanha e Grécia vão à busca do welfare fare state.
Em 1989, em novembro, em Berlin, cai o muro que divide a nação. A URSS se esfarela. O mercado se aproveita destes fatos de decreta: Agora somos nós. Só nós podemos regular a economia e só nós sabemos produzir com eficiência.
Money and Liberty é a nova ordem... Vamos falar um pouco de meio ambiente e ecologia porque são temas que rendem bons dividendos e proporcionam bons negócios.
Neste mesmo ano, aqui no Brasil, 1989, disputam as eleições presidenciais Fernando
Collor e Luís Inácio da Silva.
Ele disputa mais três eleições. Em 2002, ganha a presidência. Recebe chorando seu primeiro diploma, o de presidente. Cria um sistema de crédito, em conjunto com os bancos, com extrema capilaridade. Residências e automóveis são adquiridos em prazos largos. Cria programas assistenciais na alimentação, na educação e na saúde. Muda a posição material de inúmeros brasileiros. Toma-se litrão de Coca-Cola como nunca antes neste país. Da mesma forma a viagem de avião, os cruzeiros marítimos e
outros.
A classe política dominante do PT - Partido dos Trabalhadores, diz o julgamento do Supremo Tribunal Federal na ação penal 470, é constituída de formadores de quadrilhas, lavadores de dinheiro público e compradores de suporte político.
As ministras do PT, só para registrar, tem o rosto parecido com o orçamento emendado. A Marta, em particular.
O Lula foi aos jardins da casa do Maluf. Se um ex-presidente visita um procurado pela
Interpol, devem ter algo em comum... Não é ética política...
O que é muito interessante é que o PT se comportou exatamente como o mercado.
Quando pode disse: Money and Liberty...
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