segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um editorial





Um editorial

Marcos Bayer

O Diário Catarinense, jornal do Grupo de Comunicação RBS, num surto de espírito privado e atento aos ensinamentos do católico John Fitzgerald Kennedy convida seus leitores a participarem da elaboração de seu editorial de final de ano.
Baseado na pergunta do presidente norte americano, “Não pergunte o que a América pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela América”, a intenção de ambos, a pergunta e o editorial, é diluir a responsabilidade pela construção de uma nação.
Então eu digo, como grupo de comunicação, é preciso dar oportunidades aos novos talentos que surgem na política, nos esportes, nas artes e no jornalismo.
Como pode ter em seu principal colunista político, um empregado de tribunal público, cujo ingresso ocorreu em troca da liberdade de expressão, em 1979?
Como podem dar voz, imagem e razão aos novos ventríloquos políticos, cuja ação e opinião são invariavelmente mentirosas?
Como podem aceitar auxílio financeiro do governo em curso para shows de artistas internacionais e de desfiles de moda?
Como podem noticiar a inverdade de que a viagem à banca internacional em New York resultará em efetiva economia?
Como podem veicular um programa de obras de R$ 7 bilhões de reais que ainda não aconteceu?
Como podem aceitar participar da verba anual de publicidade no valor de R$ 109 milhões, enquanto hospitais e escolas vivem na sucata?
Como podem estampar nas colunas sociais, risonhos e de copo nas mãos, parentes dos principais anunciantes? O que eles têm a dizer para a comunidade que lhes compra seus produtos?
Por que o jornal não publica opiniões dos que fazem parte da comunidade em que ele circula?
Por que o jornal não denúncia a parte podre do poder?
A isenção tributária, garantida constitucionalmente, já não é o suficiente?
Uma empresa de comunicação é também responsável na construção de idiotas com função social ou de pessoas capazes que organizarão, politicamente, a cidade, o estado e o país onde vivem...
Se não souberem como fazer, deem menos espaços aos ladrões, aos cínicos e aos hipócritas de plantão. Já é um bom começo...

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