Run
rabbit... Run...
Marcos Bayer
O país parando quase parado... No Congresso Nacional a
bacia das almas em lavação, no Palácio do Planalto a Via Crucis, no outro lado
da Praça dos Três Poderes, a deusa Justitia cansada de segurar a balança e a
espada, permanece sentada em pedra esculpida.
Enchentes no sul, lamaçal mineiro escoando para o
Espírito Santo e desembocando no mar.
Caminhões em marcha lenta no mesmo ritmo da economia
nacional.
Parece que poucos brasileiros trabalham neste momento:
O Juiz Moro... E os Promotores de Curitiba com a Polícia Federal.
A Presidência da Câmara dos Deputados virou um “case”
de estudos. Como constituir um “trust” além mar com dinheiros de uma “trading”
que exportava para a África. Na Presidência do Senado Federal, hoje, a
inteligência é menos sofisticada. Implante de cabelos usando o avião da
República.
O Brasil só se atualizará ao mundo contemporâneo no
dia em que o processo correr... Run
rabbit run...
O processo não é uma pilha de papéis a espera de um
sorteio como se fora a premiação da Coca-Cola. Nem ela mais sorteia assim...
Enquanto o processo não andar na velocidade do mundo
atual, não teremos Justiça no Brasil. Apenas efeitos colaterais.
E o processo, toda a legislação processual, do civil
ao penal, do tributário ao administrativo, tem que funcionar com prazos
determinados para o Juiz.
Recebe a petição e determina na hora em que verifica a
inépcia: Trinta dias para contestar, mais trinta para a tréplica, mais trinta
para audiência de julgamento e mais trinta para recursos. Em mais trinta a
sentença de primeiro grau. São cento e cinqüenta dias no máximo. Assim também
nos tribunais superiores.
Democracia e Justiça só existem se caminharem juntas.
Não há outra hipótese...
Não pode a democracia correr enquanto a justiça
engatinha...
Não é assim que funciona onde o mundo é real.
Acompanhem o caso Marin nos Estados Unidos, como foi na Suiça...
É na base do Run rabbit... Run...
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