A história do jornal começa, no Ocidente, com a Acta Diurna criada pelo imperador Julio César, no ano 59 antes da era cristã, para informar aos cidadãos sobre os acontecimentos políticos, sociais, escândalos, julgamentos e execuções. As Actas eram escritas em grandes placas brancas e expostas em locais públicos, como as termas de Caracala, a fim de dar ciência ao povo sobre os fatos da vida romana.
No Renascimento, em 1556, o governo de Veneza, publicou a Notizie Scritte, que custava uma moeda denominada “gazzeta”. Talvez uma forma de dar apenas uma versão aos fatos da vida renascentista.
Danton, um dos formuladores da Revolução Francesa, imprimia folhas com conteúdos revolucionários e as colava nas paredes dos prédios de Paris.
Originada na palavra francesa “jour”, que significa dia, nascia o “journal” diário.
Com o surgimento do estado moderno (1789), dividindo o poder político em três funções: executiva, legislativa e judiciária, a imprensa teria uma função primordial de fiscalização dos atos do governo, tornando-se um poder paralelo ao poder do estado. Até hoje é assim.
A imprensa tem em sua essência um poder político fundamental à organização social. Não é licito, contudo, confundir o poder político intrínseco com política partidária. Exatamente aí nasce a liberdade de imprensa, quando ela não confunde o seu conteúdo político com a expressão partidária.
No recém vivido século XX, a imprensa evoluiu para outras formas de comunicação, incorporando o rádio e a televisão ao seu arsenal de divulgação dos fatos interessantes à vida social. No início deste terceiro milênio, a Internet passa a ser mais uma forma de noticiar.
A explosão populacional e a expansão do mercado, acontecidas nos últimos cinqüenta anos, induzem às grandes tiragens e, consequentemente, ao jornal de ampla circulação. Os jornais, então, passam a vender mercadorias e serviços diversos, além das notícias.
Entretanto, recentes estudos apontam à diminuição do número de leitores destes veículos de circulação nacional. De um lado pelo avanço das novas mídias, especialmente a televisão e a Internet, e de outro, pela distância crescente entre os fatos acontecidos nas diversas comunidades da aldeia global e a publicação de assuntos nacionais ou internacionais.
O jornal de grande circulação se afasta do cotidiano da polis.
Coincidentemente ao nascimento do partido verde alemão, com seu conhecido lema: Think global, act local – pensar global, agir local – surgem os jornais regionais com a mesma finalidade.
O jornal regional também divulga os acontecimentos nacionais e internacionais, mas, principalmente, retrata os fatos da vida regional. Ele está mais próximo do cidadão, ele abre espaços para as opiniões locais, ele enfrenta e fiscaliza os poderes municipais. Ele é o reflexo político da vida das vilas. Os jornais regionais garantem a liberdade de expressão de seus leitores e funcionam como promotores da legalidade republicana por onde circulam.
Por isto, terão vida longa.
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
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